"Kiev busca garantias de segurança na forma de adesão à OTAN. No entanto, nem o governo Biden nem o novo governo Trump estão dispostos a oferecer essa possibilidade, tanto durante a guerra quanto imediatamente depois", ressalta a revista.
Note-se que a administração futura do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, terá que levar em conta a posição da Rússia, porque Moscou tem sido contra a adesão da Ucrânia ao bloco militar.
De acordo com a avaliação da revista, em vez de expandir a aliança, os EUA têm "maneiras mais eficazes" de fornecer à Ucrânia garantias de segurança para futuras negociações de paz para encerrar o conflito.
Presidente russo Vladimir Putin discursa em uma reunião ampliada da direção do Ministério da Defesa da Rússia, 16 de dezembro de 2024
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Em particular, Washington e Kiev podem concluir um tratado bilateral sobre segurança mútua, como o que está em vigor entre os EUA e a Coreia do Sul. De acordo com ele, as autoridades dos EUA se comprometem a fornecer apoio a Seul no caso de um ataque externo.
Os Estados Unidos também poderiam seguir o caminho do acordo com Israel, que prevê uma "ação corretiva" por parte de Washington se seu aliado no Oriente Médio for atacado.
"Essas abordagens, que ajudaram a criar períodos prolongados de relativa estabilidade e paz, poderiam se tornar modelos para o que poderia ser oferecido à Ucrânia em negociações futuras", aponta a Foreign Affairs.
Soldado norte-americano em cima de um tanque M2 Bradley, em 2020, na Síria
© Foto / Departamento de Defesa dos EUA / Reprodução
Outro cenário possível poderia ser a adesão de Kiev à UE. Um artigo do Tratado da União Europeia contém uma disposição sobre assistência mútua, segundo a qual, se "um Estado for vítima de agressão armada em seu território, os outros Estados-membros são obrigados a prestar ajuda e assistência por todos os meios à sua disposição".
Junto com as garantias de segurança, a Ucrânia poderia receber apoio militar adicional de seus aliados ocidentais.
"Isso permitiria que eles ajudassem a Ucrânia a desenvolver forças otimizadas para defender o território controlado por Kiev quando os combates terminarem, em vez de fornecer treinamento com o objetivo de melhorar a capacidade de retomar o território controlado pela Rússia", finalizou a mídia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse anteriormente que a possível adesão da Ucrânia à OTAN é uma ameaça à segurança da Federação da Rússia. Ele enfatizou que os riscos da adesão de Kiev à aliança foram um dos motivos para o lançamento da operação militar especial na Ucrânia.