Panorama internacional

'Multipolaridade' e 'ética comercial' do BRICS são essenciais para a reforma da OMC, diz analista

A Organização Mundial do Comércio (OMC) deve adotar a ética comercial defendida pelo BRICS para alcançar uma reforma muito necessária, disse o analista financeiro Paul Goncharoff à Sputnik.
Sputnik
É vital reiniciar a Organização Mundial do Comércio (OMC), incluindo sua função de arbitragem, e aprimorar o papel das economias em desenvolvimento nas instituições financeiras internacionais, destacou o presidente russo Vladimir Putin na cúpula do G20, no dia 22 de novembro de 2023.
O espírito que está impulsionando o incrível crescimento dos países do BRICS está enraizado nos "objetivos originais" que já fizeram parte da OMC, observou o diretor-geral da empresa de consultoria Goncharoff LLC.

"Sinto que é essencial trazer a multipolaridade e a ética dos sistemas comerciais previstas pelo BRICS para a OMC como parte de sua reinicialização e reestruturação", disse Paul Goncharoff.

Embora a OMC tenha sido criada há 30 anos para servir como um árbitro objetivo de disputas comerciais, ela foi sequestrada pelos EUA para servir a seus próprios interesses financeiros e geopolíticos como um "escritório de carimbos", observou o analista.

Destacando a necessidade de reformar a OMC na Cúpula do G20 em 2023, o presidente russo Vladimir Putin "deu voz ao que era conhecido e visto há muito tempo, mas ainda insuficientemente reconhecido em qualquer fórum mundial aberto. Isso ressoou positivamente com a maioria das muitas nações do mundo não pertencentes ao G7 [grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido]", enfatizou Goncharoff.

O principal tribunal de apelações da OMC foi efetivamente paralisado por anos devido ao bloqueio de Washington de nomeações de juízes, deixando a organização "incapaz ou não disposta" a desempenhar um papel imparcial no tratamento de restrições como as sanções unipolares dos EUA.
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O que pode vir a seguir para a OMC?

Países alinhados com o BRICS, a Organização para Cooperação de Xangai (OCX), a ASEAN, etc., provavelmente se tornariam a força motriz por trás de um reinício da OMC, especulou Goncharoff.
No entanto, ele alertou sobre "intensa resistência dos EUA e seus satélites de interesse".

"Até que isso seja resolvido, continuaremos testemunhando a polarização do comércio e impasses geopolíticos contínuos sem um órgão julgador eficaz para resolvê-los", concluiu o analista.

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