As férias de Haddad iriam até o dia 21 de janeiro, mas nesta segunda o ministro já retornou a Brasília para uma reunião com o presidente Lula.
"A decisão de cancelar o período de descanso foi tomada após o pronto restabelecimento de seu familiar, que passou por um procedimento cirúrgico no final do ano, motivo da marcação de férias nesse período", alegou em nota o Ministério da Fazenda.
No fim do ano passado, a disparada do dólar, que chegou a valer quase R$ 6,30, fez o Banco Central intervir por meio de leilões de divisas, que custaram R$ 329,7 bilhões e reduziram em 7% as reservas internacionais do Brasil.
A situação ocorre em meio à aprovação do pacote de corte de gastos pelo Congresso Nacional também em dezembro, em que a expectativa de economia entre 2025 e 2026 é de R$ 69,8 bilhões. Porém, as estimativas do mercado financeiro apontam que o impacto será bem menor, o que intensificou a pressão sobre o governo.
Reunião entre Lula e Haddad
Após encontro com Lula mais cedo, Haddad afirmou que o tema principal da conversa foi o Orçamento de 2025, que será votado em fevereiro após o recesso do Congresso. Como a proposta não foi votada em 2024, o governo pode enfrentar restrições financeiras neste início de ano. Porém, Haddad descartou grandes impactos.
"Tem uma regra pra isso [de execução] enquanto não votar o Orçamento no começo do ano. E, no começo do ano, tem sempre uma execução mais lenta mesmo, ordinariamente. Mas nós temos que discutir, falar com o relator para ajustar o Orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas", disse o ministro ao g1.
Haddad ainda descartou qualquer possibilidade de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a valorização do dólar.
"Nós tivemos um estresse no final do ano passado no mundo todo. Tivemos aqui um estresse também no Brasil. E hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos [Donald Trump] deu declarações moderando [as propostas de campanha]. É natural que as coisas se acomodem", justificou.