Olhares de volta para o continente africano. Desde o
retorno ao Palácio do Planalto, o presidente Lula declarou diversas vezes sobre as intenções do governo em retomar as relações com os países da África, uma
marca dos mandatos anteriores nos anos 2000. E a partir desta quarta, uma missão oficial do Brasil, chefiada pela ministra Margareth Menezes, terá intensa programação em Cotonou e Uidá, em Benin.
Além de encontros com autoridades do país, Margareth participa do Festival das Culturas Ancestrais e da instalação do Comitê de Implementação dos Acordos Culturais, que terá a presença do homólogo em Benin. Em
entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, a ministra ressaltou a importância da agenda de
aproximação com os países e a cultura da África.
Além disso, Margareth lembrou, ainda, que o país deve fomentar mais cooperação no continente em outras áreas. "Fortalecer essas relações significa não apenas resgatar e valorizar esse legado cultural compartilhado, mas também fomentar novas parcerias e oportunidades de cooperação em áreas como agricultura, saúde, educação, infraestrutura, cultura e esporte, promovendo um intercâmbio que beneficie ambos os países", acrescentou.
País da
África Ocidental que é berço da religião vodu e também do antigo Reino do Daomé, Benin conta com quase 14 milhões de habitantes e chegou a registrar nos últimos anos
taxa de crescimento acima de 6%. Conforme o governo, a cooperação do país com o Brasil
abrange áreas como agricultura, saúde, educação, infraestrutura, cultura e esporte.
Na questão cultural, que tem fortes laços com a população brasileira, os dois países chegaram a assinar, em 1972, o Acordo de Cooperação Cultural. Em maio do ano passado, durante visita do presidente da República de Benin, Patrice Talon, ao Palácio do Planalto, a parceria foi reforçada com a assinatura de novos acordos para dinamizar a "cooperação cultural, artística, museológica, científica e patrimonial entre os países, incluindo atividades de pesquisa nos domínios do patrimônio cultural e material", informou o governo.
A missão permanece no país até o dia 12 de janeiro e também terá um almoço oferecido pelo presidente Talon, além de visitas a locais sagrados e sítios de patrimônio histórico.
A delegação ainda conta com o presidente da
Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass; além de representantes dos ministérios das Relações Exteriores e Igualdade Racial, da Embratur, do governo da Bahia e da Prefeitura de Salvador.