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Missão na África: ministra da Cultura fala à Sputnik sobre fortalecer relações entre Brasil e Benin

Após pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, embarca para Benin na próxima quarta-feira (8), a fim de chefiar a missão oficial do governo brasileiro. Entre os compromissos, está a participação no Festival das Culturas Ancestrais. Menezes falou com exclusividade à Sputnik Brasil a respeito da viagem.
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Olhares de volta para o continente africano. Desde o retorno ao Palácio do Planalto, o presidente Lula declarou diversas vezes sobre as intenções do governo em retomar as relações com os países da África, uma marca dos mandatos anteriores nos anos 2000. E a partir desta quarta, uma missão oficial do Brasil, chefiada pela ministra Margareth Menezes, terá intensa programação em Cotonou e Uidá, em Benin.
Além de encontros com autoridades do país, Margareth participa do Festival das Culturas Ancestrais e da instalação do Comitê de Implementação dos Acordos Culturais, que terá a presença do homólogo em Benin. Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, a ministra ressaltou a importância da agenda de aproximação com os países e a cultura da África.

"A retomada das relações entre o Brasil e Benin é essencial para fortalecer os laços históricos, religiosos e culturais que unem os dois países. Ambos compartilham um passado marcado pela prática da escravização de pessoas no período colonial, o que resultou nessa herança cultural e social que ajudou a moldar nossa identidade afro-brasileira", disse.

Além disso, Margareth lembrou, ainda, que o país deve fomentar mais cooperação no continente em outras áreas. "Fortalecer essas relações significa não apenas resgatar e valorizar esse legado cultural compartilhado, mas também fomentar novas parcerias e oportunidades de cooperação em áreas como agricultura, saúde, educação, infraestrutura, cultura e esporte, promovendo um intercâmbio que beneficie ambos os países", acrescentou.
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Cooperação cultural com Benin foi firmada em 1972

País da África Ocidental que é berço da religião vodu e também do antigo Reino do Daomé, Benin conta com quase 14 milhões de habitantes e chegou a registrar nos últimos anos taxa de crescimento acima de 6%. Conforme o governo, a cooperação do país com o Brasil abrange áreas como agricultura, saúde, educação, infraestrutura, cultura e esporte.
Na questão cultural, que tem fortes laços com a população brasileira, os dois países chegaram a assinar, em 1972, o Acordo de Cooperação Cultural. Em maio do ano passado, durante visita do presidente da República de Benin, Patrice Talon, ao Palácio do Planalto, a parceria foi reforçada com a assinatura de novos acordos para dinamizar a "cooperação cultural, artística, museológica, científica e patrimonial entre os países, incluindo atividades de pesquisa nos domínios do patrimônio cultural e material", informou o governo.

"Brasil e Benin compartilham patrimônio histórico e cultural, que está ligado à formação de ambos os Estados e de suas sociedades. As nações se formaram em um contexto da prática da escravização de pessoas no período colonial. Dessa semelhança resulta o compartilhamento de características sociais, culturais e religiosas que interligam os dois povos. O Brasil recebeu grande fluxo de pessoas escravizadas de Benin, que trouxeram costumes e tradições que influenciaram fortemente a cultura brasileira, seja na língua, na culinária, nas danças, nas músicas e em algumas religiões", acrescenta o Ministério da Cultura.

A missão permanece no país até o dia 12 de janeiro e também terá um almoço oferecido pelo presidente Talon, além de visitas a locais sagrados e sítios de patrimônio histórico.
A delegação ainda conta com o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass; além de representantes dos ministérios das Relações Exteriores e Igualdade Racial, da Embratur, do governo da Bahia e da Prefeitura de Salvador.
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