Panorama internacional

Iniciativa sino-brasileira sobre Ucrânia é sinal contra unilateralidade ocidental, diz Moscou na ONU

A Rússia considera as propostas do Grupo Amigos da Paz um sinal à comunidade internacional, especialmente aos países ocidentais, de que sua abordagem tendenciosa e unilateral do conflito ucraniano é inaceitável, notou o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, em uma entrevista à Sputnik.
Sputnik
Recentemente, o Brasil e a China, junto com outros países do Sul Global, anunciaram a criação da plataforma aberta Amigos da Paz para resolver a crise ucraniana.

"Consideramos as atividades do grupo um sinal para toda a comunidade internacional e, em primeiro lugar, para os países ocidentais, de que as abordagens unilaterais e tendenciosas que eles impõem à crise ucraniana são inaceitáveis", disse Nebenzya.

Moscou está certa de que a criação da plataforma foi motivada pelo entendimento de que as propostas de paz promovidas pelo chamado "Ocidente coletivo" levam em conta só os interesses dos países ocidentais.
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Os aliados de Kiev já organizaram várias reuniões para supostamente encontrar uma solução para o conflito ucraniano, como a conferência Copenhague-Ucrânia 2022 e a Cúpula de Paz para Ucrânia no resort suíço de Burgenstock de 2024.
A Rússia não foi convidada para nenhum desses eventos.
O embaixador russo observou que tais conferências ignoram descaradamente a posição da Rússia e a situação "no terreno", além de visarem diluir o papel dos países da maioria global na resolução da crise ou excluí-la completamente.
A Rússia, por sua vez, é a favor da "paz, não de um cessar-fogo" no contexto da crise ucraniana.
A solução, segundo ele, deve considerar os interesses e condições propostas por Moscou.
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Ele ressaltou que é "fundamentalmente importante" para a Rússia que os possíveis acordos de paz com Kiev sejam assinados por uma liderança ucraniana legítima.
Assim, ele se referiu ao fato de que o mandato do atual líder ucraniano, Vladimir Zelensky, expirou em 20 de maio de 2024, uma vez que a eleição presidencial na Ucrânia em 2024 foi cancelada sob o pretexto da lei marcial e da mobilização.
Além disso, Zelensky proibiu efetuar negociações com Putin, emitindo um decreto sobre isso ainda em 2022.

"Esses fatores podem dificultar o processo de negociação e a fixação de seus resultados. Se as negociações forem ilegítimas, então os seus resultados posteriormente poderão ser declarados legalmente inválidos", explicou o representante da Rússia na ONU.

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Falando das ideias de implantar um contingente de manutenção da paz na Ucrânia, Nebenzya enfatizou que para tal é preciso um mandato do Conselho de Segurança da ONU.
Caso contrário, quaisquer militares, inclusive contingentes estrangeiros, no território ucraniano seriam um alvo legítimo para as Forças Armadas russas.
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