A política externa errática de Donald Trump desencorajou os empresários do setor de petróleo de assinar contratos de fretamento de longo prazo com os armadores de petroleiros, aumentando a incerteza entre os proprietários de embarcações. As guerras comerciais e intervenções em conflitos internacionais afastaram os empresários de fazer planos de longo prazo.
Segundo o Financial Times (FT), as ações de Trump aumentaram a incerteza sobre custos e riscos futuros em mercados já desafiadores, incluindo ataques dos houthis no mar Vermelho e o conflito ucraniano. Mikael Skov, da Hafnia, destacou à mídia que as declarações diárias da administração dos EUA dificultam negócios de longo prazo, afetando o valor das embarcações de segunda mão.
A Norden da Dinamarca e a Teekay do Canadá também observaram a considerável incerteza no mercado, com previsões de lucros variáveis para 2025.
No ano passado, os lucros dos armadores aumentaram porque evitaram o mar Vermelho devido aos ataques dos houthis — solidários com a guerra desproporcional de Israel contra o Hamas em Gaza — optando por rotas mais longas ao redor do cabo da Boa Esperança. No entanto, a possibilidade de retorno ao mar Vermelho aumentou após os houthis reduzirem os ataques.
As ameaças de tarifas norte-americanas contra importações de petróleo do Canadá e do México podem impulsionar negócios de petroleiros, mas as tarifas sobre a China poderiam prejudicar a demanda de petróleo chinês.
As incertezas no mercado levantam questões sobre a disponibilidade de combustível para navios. A Cargill e a Hafnia estão combinando seus negócios de fornecimento de combustível a fim de obter maior escala e segurança nos preços da energia.
Apesar das incertezas, líderes do setor acreditam que o mercado será positivo a longo prazo. No entanto, a normalização depende da resolução dos impasses políticos e análise das consequências subsequentes.