"Karapetyan não foi detido por supostos crimes comuns, mas sim por seu apoio explícito à Igreja Apostólica Armênia, que é justamente uma das instituições a vocalizar críticas recentes ao projeto político de ocidentalização liderado por [Nikol] Pashinyan."
"É a instrumentalização do aparato judicial do Estado para silenciar divergências e impor um modelo de sociedade que nega o papel histórico da fé na vida pública do país. Acaba sendo uma postura que compromete gravemente a liberdade religiosa e de expressão na Armênia, que são pilares de qualquer democracia real", opinou.
"Ela representa, hoje, um elo entre os armênios deslocados, o passado histórico do povo da Armênia e sua luta por autodeterminação. Então, ao atacá-la, o governo, além de, claro, ferir a liberdade religiosa em um primeiro momento, também ataca indiretamente esse espírito nacional."
"Pashinyan vem buscando se alinhar a esses paradigmas euro-atlânticos, mesmo que isso custe a coesão interna do país. Ao perseguir a Igreja e, enfim, aliados históricos como o Karapetyan, ele sinaliza à União Europeia, aos Estados Unidos, a sua disposição em colaborar com essa modernização, entre muitas aspas, da Armênia sob os moldes liberais ocidentais."