Ou ela chega a um acordo com o Governo grego para estender a ajuda financeira ao país em crise – decisão que seria extremamente impopular entre seus eleitores alemães –, ou arrisca a sobrevivência do próprio projeto europeu, aceitando a saída da Grécia da zona do Euro.
Encomendada pelo Bild, a pesquisa realizada pelo instituto Insa revela que, juntos, os partidos da coalizão governamental alemã União Democrata-Cristã (CDU) e União Social-Cristã na Baviera (CSU) alcançaram 43% de aprovação popular, o que indica um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação à taxa de popularidade registrada na semana passada. Segundo o diretor do Insa, Hermann Binkert, “os alemães confiam na União [CDU/SDU]”.
“Acima de tudo, eles apoiam Schäuble e apostam em sua firmeza”, acrescentou Binkert.
Também na terça-feira, após uma reunião extraordinária do Conselho Europeu em Bruxelas, Merkel disse que ainda não existiam condições para iniciar negociações sobre um terceiro pacote de ajuda à Grécia, e que esperava “propostas detalhadas” do Governo grego até a quinta-feira (9).
Já nesta quarta-feira (8), o pedido foi parcialmente atendido pelo premiê grego Alexis Tsipras – que, nas palavras do líder revolucionário cubano Fidel Castro, conseguiu uma “brilhante vitória política” com a vitória do “não” à austeridade e aos interesses financeiros internacionais no referendo do dia 5.
A proposta inclui medidas de reformas no sistema fiscal, bem como no sistema de pensões, e promete cumprir o prazo de quinta-feira para apresentar maiores detalhes da agenda.
Discursando hoje no Parlamento europeu, Tsipras pediu a “solidariedade da Europa” e negou a existência de planos “secretos” para tirar o país da zona do Euro.
“No referendo, o povo grego reforçou o mandato para que se encontre uma solução justa. Não foi um mandato para a ruptura com a União Europeia. Ela [a UE] tem que ser democrática, ou enfrentará dificuldades”, ponderou o primeiro-ministro.