Bruxelas: protesto de 100 mil contra a austeridade termina em confrontos com a polícia

© REUTERS / Yves HermanManifestantes em confronto com a polícia em Bruxelas
Manifestantes em confronto com a polícia em Bruxelas - Sputnik Brasil
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As manifestações contra as medidas de austeridade na Bélgica resultaram em choque com a polícia na capital Bruxelas. Segundo os organizadores do protesto, cerca de 100 mil pessoas marcharam nesta quarta-feira (7) contra os cortes de benefícios sociais recentemente introduzidos pelo governo de coalizão.

A polícia estima que 81 mil pessoas foram às ruas.

De acordo com relatos da mídia local, a demonstração começou pacificamente, mas acabou em violência após a chegada de manifestantes vestindo balaclavas. Os confrontos teriam eclodido entre policiais e trabalhadores do porto de Antuérpia.

A indignação pública foi desencadeada por um aumento na idade de aposentadoria, de 65 para 67 anos, entre outras medidas de austeridade econômica.

Usuários do Twitter registraram manifestantes produzindo pequenas explosões e quebrando as portas de vidro do Hilton Grand Hotel de Bruxelas. A polícia, sendo apedrejada pela multidão, respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água enquanto as tensões cresciam em frente à estação ferroviária de Bruxelas Sul.

O protesto, orquestrado pelos três maiores sindicatos do país, é um dos maiores ocorridos na capital belga nos últimos anos. Levantando bandeiras contra a austeridade, os sindicatos acusam o Primeiro-ministro Charles Michel de favorecer as grandes empresas no lugar dos trabalhadores.

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A manifestação contra o governo também acontece dias depois que o multibilionário acordo de Parceria Transpacíficp (TPP) ter sido assinado em segredo nos EUA, ao mesmo tempo em que uma petição de três milhões de assinaturas era entregue à Comissão Europeia, em Bruxelas, pedindo o fim imediato das negociações sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) na Europa.

Após quase cinco anos de negociação, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura, Estados Unidos e Vietnã anunciaram na segunda-feira (5) a assinatura do TPP. O acordo já é considerado o maior tratado de livre comércio celebrado na história mundial e reúne 40% da economia mundial, além de quase um terço do comércio global. Suas implicações ainda incertas para os direitos dos trabalhadores, o emprego e o meio ambiente.

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Segundo Washington, o pacto é essencial para criar novos mercados de exportação para os EUA e para responder à ameaça econômica representada pela China, que não fará parte do tratado. Para muitos analistas, trata-se de uma ambiciosa tentativa de minar  propostas alternativas à hegemonia pretendida dos EUA, como o Banco de Investimentos Asiático (AIIB), iniciativa da China que já conta com 57 membros fundadores, ou mesmo o Banco de Desenvolvimento dos BRICS. Ambas as instituições prometem desafiar o domínio do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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