Depois de tomar controle da ponte, as forças governamentais trabalham para neutralizar as minas deixadas lá pelo Daesh. Depois de acabar o processo, o exército continuará a avançar.
“60 por cento de Ramadi agora fica sob controle das forças iraquianas e foi limpa de terroristas takfiristas [apelido ofensivo de sunitas radicais usado por xiitas no Iraque e na Sìria]”, disse à FARS Raje Baraka, membro do comitê de segurança do governador de Anbar.
“O exército iraquiano assaltou as primeiras linhas defensivas de terroristas do Daesh no centro da cidade e agora está engajado em combates pesados de rua com os terroristas takfiristas”, informaram as fontes militares acrescentando que as forças governamentais tomaram controle de vários distritos no sul de Ramadi e uma via-chave no norte do país.
“Cerca de 250-300 militantes do Daesh são prendidos no centro da cidade sem meio de escapar e as forças pro-governamentais estão decididos em usar esta chance de caçá-los um por um”, acrescentou a fonte militar.
As autoridades militares do Iraque veem com optimismo o curso da operação.
“Nos próximos dias serão anunciadas boas notícias sobre a retomada completa de Ramadi”, disse nesta quarta-feira (23) o chefe do Estado-Maior, general-tenente Othman al-Ghanemi, citado pelo canal Iraqia TV.
A cidade de Ramadi fica a cerca de 100 quilômetros ao oeste de Bagdá e é a capital da província de Anbar, a maior província do país situada na parte ocidental.
A organização terrorista Daesh (proibida na Rússia e reconhecida como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecida como ameaça principal por vários países e organismos internacionais. Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando o jihadista da tendência salafita jordaniano Abu Musab al-Zarqawi fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a fortalecer-se, até transformar-se, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque. A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas reconhecida secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos.