O pedido foi aprovado pela Comissão Especial do Impeachment, na sessão da segunda-feira, 10, por 38 votos contra 27. A partir da divulgação do resultado, teve início uma intensa movimentação tanto por parte da situação quanto da oposição, para que as suas teses sejam vitoriosas no domingo.
Sputnik Brasil ouviu representantes das duas correntes.
O Deputado Federal Jorge Solla (PT-BA), defendendo a presidente da República, afirmou que “Dilma Rousseff é absolutamente honesta e a sua conduta não se enquadra em qualquer tipo de crime, uma vez que ela adotou práticas comuns a outros governos”.
Já o Deputado Rubens Bueno (PPS-PR), oposicionista e líder do seu partido na Câmara dos Deputados, está convencido de que “Dilma Rousseff incidiu em crime de responsabilidade ao utilizar um expediente não permitido pela legislação”.
“O que eles estão querendo fazer no próximo domingo é, na verdade, uma eleição indireta. Eles querem destituir por golpe a Presidenta Dilma e querem eleger Michel Temer e Eduardo Cunha presidente e vice-presidente, fazendo uma eleição indireta travestida de impeachment. É o terceiro turno. Mas tenha certeza de que nós ganhamos no primeiro turno, no segundo e vamos derrotar o golpe no terceiro turno" – afirma o Deputado Jorge Solla.
Por outro lado, o Deputado Rubens Bueno, do PPS, sustenta que a oposição irá além do mínimo necessário de 342 votos e, em razão disso, o pedido de impeachment será encaminhado ao Senado Federal para que, naquela Casa, ocorra a definição em torno do processo de impedimento contra a presidente da República.
“Por tudo o que está acontecendo desde 2014, já não é de hoje, o país caminha a passos largos, do ponto de vista econômico, numa situação em que o caos vem sendo acelerado ao longo do processo”, garante o representante do Paraná na Câmara dos Deputados.
"Daí a indignação do povo brasileiro, consagrada nas diferentes pesquisas de opinião, a indicar que não dá mais para suportar isso. Os indicativos da economia são os piores em qualquer setor – dívida pública, inflação, endividamento do Governo, gasto maior que a arrecadação, déficit fiscal – tudo isso leva o país a se desorganizar economicamente e levar, depois disso tudo, muitos anos para recuperar minimamente essa reorganização para que a economia possa funcionar” – acredita Rubens Bueno.