Os documentos receberam nova atenção após o ex-senador democrata Bob Graham, da Flórida, ter pressionado o governo Obama no último dia 10 de abril para tornar públicas 28 páginas do relatório da Comissão do 11/09 que detalham a conexão saudita na trama.
O relatório estabelece que Ghassan al Sharbi, um extremista da al-Qaeda capturado no Paquistão e atualmente detido na Baía de Guantânamo, em Cuba, recebeu um envelope da embaixada saudita em Washington contendo seu itinerário de voo. Al Sharbi frequentou um escola de pilotos com os sequestradores do 11/09, mas acabou não participando dos ataques.
Outro cúmplice do ataque, Hamad Alotaibi, visitou um sequestrador do 11/09 pouco antes dos atentados e também servira na embaixada saudita em Washington, na divisão militar da missão.
Além disso, a embaixada da Arábia Saudita também pagou a passagem aérea de Mohammed al-Qudhaeein e de Hamdan al-Shalawi, estudantes sauditas que supostamente participaram de um “ensaio” para os ataques de 11/09, durante um voo em 1999.
Muitos legisladores norte-americanos, incluindo o senador Bernie Sanders, que atualmente luta pela nomeação do Partido Democrata para concorrer à presidência dos EUA, denunciaram a ameaça saudita, pedindo ao governo Obama para enfrentar a “chantagem” do regime.
O presidente Obama imediatamente prometeu vetar qualquer legislação que daria às famílias das vítimas o direito de processar a Arábia Saudita, e tomou uma postura evasiva sobre a liberação das 28 páginas editadas do relatório da Comissão do 11/09.
Por outro lado, em uma demonstração única de desrespeito a um presidente norte-americano em exercício, o reino saudita enviou uma modesta delegação de baixo escalão para receber Obama quando ele desembarcou em Riad, com o rei Salman recusando-se a cumprimentar o líder norte-americano no aeroporto.