Caças Mig-31 da Frota do Pacífico interceptaram na quinta-feira (13) um míssil de cruzeiro do inimigo convencional, os navios antissubmarino grandes Admiral Panteleev e Admiral Vinogradov também conseguiram repelir ataques aéreos.
É provável que a atividade da Frota do Pacífico da Rússia no mar do Japão não esteja ligada apenas à inspeção final, pressupõe Aleksandr Khrolenko, analista militar e observador da Sputnik.
O mar do Japão é essencialmente um mar interior para a Rússia, Japão, Coreia do Norte e Coreia do Sul. As ameaças de Washington, cada dia mais frequentes, em relação a Pyongyang causam a inquietação dos vizinhos. Moscou não pode deixar sem atenção as promessas dos EUA de “pôr as coisas em ordem” em mais um país cujo regime não convém à visão da Casa Branca.
A decisão americana
Na quarta-feira (13), Donald Trump, durante a coletiva de imprensa com o secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg, falando da Coreia do Norte declarou que os EUA enfrentam um "grande problema". Mais cedo, o presidente americano chamou Pyongyang de “ameaça direta” aos EUA e prometeu resolver este problema sozinho caso a China se recuse a cooperar com Washington.
A interação entre a China e EUA na resolução do problema norte-coreano não tem futuro, porque é pouco provável que Pequim possa fazer morrer de fome o país vizinho, mesmo com o objetivo de desnuclearizá-lo. O exército dos EUA está se preparando para combater contra as armas russas e chinesas, enquanto o aliado principal americano continua sendo o Japão.
O interesse do Japão
Por sua vez, Tóquio avalia muito positivamente a posição sem compromissos dos EUA em relação a Pyongyang.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que a Coreia do Norte pode ser capaz de realizar um ataque de mísseis com ogivas contendo gás sarin. O “reforço” de ogivas nucleares com sarin parece absurdo, mas se torna evidente a analogia com o que aconteceu na Síria.
Depois do teste nuclear norte-coreano falho [realizado em 5 de abril], os EUA enviaram à península da Coreia um grupo aeronaval de ataque encabeçado pelo porta-aviões USS Carl Vinson. Entretanto, em manobras conjuntas Seul e Washington treinam a eliminação do líder norte-coreano. É muito provável que Tóquio apoie quaisquer medidas.
O aviso da China
A Rússia e a China têm um objetivo comum, continua Khrolenko: impedir a liderança dos EUA na região, por isso, a futura cooperação político-militar entre os dois países não pode ser excluída. Mas a resolução pacífica do problema norte-coreano é uma prioridade para a China.
Além disso, a China se pronunciou contra a implementação do sistema THAAD americano na Coreia do Sul, argumentando que este pode causar danos aos interesses estratégicos de segurança dos países da região.
A disputa territorial se intensificou em 2012, quando o governo japonês anunciou a nacionalização das ilhas. Na China ocorreu uma onda de manifestações antijaponesas e os líderes do país expressaram a vontade de usar todos os meios para proteger a integridade territorial e a soberania da China sobre as ilhas.