Por que aviação antissubmarino russa 'está cercando' Japão

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Caças bombardeiros, inclusivo Tu-95 - Sputnik Brasil
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Na quarta-feira (12), o Japão levantou caças da sua Força Aérea em alerta devido ao aparecimento de 6 aviões russos perto das suas fronteiras.

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Dois bombardeiros Tu-95 e dois aviões antissubmarino Il-38 sobrevoaram a costa do lado do mar do Japão. Dois aviões antissubmarino de longo alcance TU-142 voaram do lado oposto ao longo do litoral do Pacífico.

Caças Mig-31 da Frota do Pacífico interceptaram na quinta-feira (13) um míssil de cruzeiro do inimigo convencional, os navios antissubmarino grandes Admiral Panteleev e Admiral Vinogradov também conseguiram repelir ataques aéreos.

É provável que a atividade da Frota do Pacífico da Rússia no mar do Japão não esteja ligada apenas à inspeção final, pressupõe Aleksandr Khrolenko, analista militar e observador da Sputnik.

O mar do Japão é essencialmente um mar interior para a Rússia, Japão, Coreia do Norte e Coreia do Sul. As ameaças de Washington, cada dia mais frequentes, em relação a Pyongyang causam a inquietação dos vizinhos. Moscou não pode deixar sem atenção as promessas dos EUA de “pôr as coisas em ordem” em mais um país cujo regime não convém à visão da Casa Branca.

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A Rússia tem que reagir à ameaça de um conflito de grande escala que se poderá desenrolar próximo do território da região de Primorie, considera o analista.

A decisão americana

Na quarta-feira (13), Donald Trump, durante a coletiva de imprensa com o secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg, falando da Coreia do Norte declarou que os EUA enfrentam um "grande problema". Mais cedo, o presidente americano chamou Pyongyang de “ameaça direta” aos EUA e prometeu resolver este problema sozinho caso a China se recuse a cooperar com Washington.

A interação entre a China e EUA na resolução do problema norte-coreano não tem futuro, porque é pouco provável que Pequim possa fazer morrer de fome o país vizinho, mesmo com o objetivo de desnuclearizá-lo. O exército dos EUA está se preparando para combater contra as armas russas e chinesas, enquanto o aliado principal americano continua sendo o Japão.

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Nesta situação, há a probabilidade de um ataque dos EUA com mísseis contra objetivos militares da Coreia do Norte em conjunto com a Marinha japonesa. Esta variante coincide muito bem com a linha estratégica da nova administração dos EUA na região Ásia-Pacífico.

O interesse do Japão

Por sua vez, Tóquio avalia muito positivamente a posição sem compromissos dos EUA em relação a Pyongyang.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que a Coreia do Norte pode ser capaz de realizar um ataque de mísseis com ogivas contendo gás sarin. O “reforço” de ogivas nucleares com sarin parece absurdo, mas se torna evidente a analogia com o que aconteceu na Síria.

Depois do teste nuclear norte-coreano falho [realizado em 5 de abril], os EUA enviaram à península da Coreia um grupo aeronaval de ataque encabeçado pelo porta-aviões USS Carl Vinson. Entretanto, em manobras conjuntas Seul e Washington treinam a eliminação do líder norte-coreano. É muito provável que Tóquio apoie quaisquer medidas.

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Em troca Tóquio espera receber apoio dos EUA na disputa territorial com a China. No que diz respeito a aspiração a uma maior influência, os interesses do Japão e dos EUA coincidem, destaca o analista militar russo.

O aviso da China

A Rússia e a China têm um objetivo comum, continua Khrolenko: impedir a liderança dos EUA na região, por isso, a futura cooperação político-militar entre os dois países não pode ser excluída. Mas a resolução pacífica do problema norte-coreano é uma prioridade para a China.

Além disso, a China se pronunciou contra a implementação do sistema THAAD americano na Coreia do Sul, argumentando que este pode causar danos aos interesses estratégicos de segurança dos países da região.

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As ilhas de Senkaku (Diaoyu em chinês) são objeto de uma disputa territorial entre a China e Japão desde o início da década de 1970. O Japão sustenta que ocupa as ilhas desde 1895, e que elas não pertenceram a ninguém até essa altura. A China insiste que as ilhas faziam parte do império chinês já há 600 anos. Depois da Segunda Guerra Mundial, as ilhas ficaram sob controle dos EUA e foram transferidas ao Japão em 1972, juntamente com a ilha de Okinawa. Taiwan e a China continental acreditam que o Japão detém as Ilhas ilegalmente.

A disputa territorial se intensificou em 2012, quando o governo japonês anunciou a nacionalização das ilhas. Na China ocorreu uma onda de manifestações antijaponesas e os líderes do país expressaram a vontade de usar todos os meios para proteger a integridade territorial e a soberania da China sobre as ilhas.

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No quadro das ameaças americanas à Coreia do Norte, da implementação de sistemas da defesa antiaérea na península coreana e do reforço da cooperação militar entre o Japão e EUA, é possível prever o crescimento da atividade da aviação naval e navios da Frota do Pacífico russa. E, como a China e Rússia estão preocupadas de igual forma com os acontecimentos, a coordenação nos locais mais críticos é inevitável, conclui o analista.

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