"Então, hoje o Brasil vive um grande retrocesso na agenda ambiental, sobre vários aspectos na agenda de regularização de terras, por exemplo, no programa Terra Legal do governo, eles alteraram o programa porque antes você podia regularizar áreas de 1.500 hectares, eles aumentaram para 2.500 hectares. Antes, você era obrigado a morar naquela propriedade, agora você pode deixar a propriedade com terceiros, ou seja, todo esse processo de ocupação irregular de áreas públicas vai aumentar a partir desses sinais trocados e dessas 'facilidades' que o Governo está criando para os grileiros", destacou a principal ambientalista política do Brasil.
Outro assunto que defende Marina é o conflito de interesse provocado pela participação de empresas exploradoras de combustíveis fósseis nas negociações ambientais da agenda climática e o fato da existência do conflito em questão. Segundo ela, tudo deve ser transparente e claro para o público.
Rede Sustentabilidade afirma sentir-se responsável com que está acontecendo não apenas no Brasil, mas em toda a região da América Latina.
"E, principalmente, com o que está acontecendo com o nosso país, com a América Latina e todos estes retrocessos que estão acontecendo na agenda ambiental do mundo e, principalmente, com as políticas contrárias ao compromisso das mudanças climáticas do governo Obama com o presidente Trump", confessou a ex-ministra do Meio Ambiente.
"Há inúmeras consequências que a gente terá na agenda de preservação da floresta, porque a preservação da floresta é também a proteção dos recursos hídricos, e o Brasil já vive uma grave consequência da escassez de água em várias regiões. Principalmente, em regiões como São Paulo e Rio de Janeiro. Nós temos problemas que afetam sazonalmente também estados como o Rio Grande do Sul.", explicou Marina Silva.
Consequências dramáticas afetam toda a população da Amazônia, cujas florestas são deformadas pelas grandes queimadas. Além disso, a Amazônia sofre com o desmatamento, que, diretamente, causa os problemas de falta de água em vários estados, bem como enfraquece a agricultura e a navegação de pessoas e mercadorias na região. Segundo Marina Silva, não devem ser esquecidos os prejuízos para as populações tradicionais de índios e pescadores, de seringueiros, ou seja, todas as pessoas que vivem na floresta.
Confira mais uma parte da entrevista com Marina Silva em breve no site da Sputnik Brasil