Analista avalia capacidade naval dos EUA em possível combate com Coreia do Norte

© AFP 2023 / PO2 Timothy SCHUMAKER / US NAVYMíssil teleguiado USS Zumwalt (DDG 1000) transita a estação naval de Mayport em seu caminho para o porto de Jacksonville, Flórida, 25 de outubro de 2016
Míssil teleguiado USS Zumwalt (DDG 1000) transita a estação naval de Mayport em seu caminho para o porto de Jacksonville, Flórida, 25 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil
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O USS Michael Monsoor, o segundo navio de guerra norte-americano da classe Zumwalt, realizou a sua primeira saída para o mar no início de dezembro. The National Interest analisou que papel desempenhariam esses destróieres furtivos em um possível confronto entre os EUA e a Coreia do Norte.

É pouco provável que o USS Michael Monsoor, que ainda se encontra em fase de testes, e o USS Zumwalt — navio líder da classe — estejam prontos para participar de uma possível guerra na península coreana, disse Robert Farley, autor do artigo. No entanto, esses são considerados os "maiores e mais letais destróieres no arsenal dos EUA", assim, é importante saber quais são suas capacidades reais contra as forças de Kim Jong-un, salientou.

Durante a Guerra da Coreia (1950-1953), a Marinha dos EUA usou seus quatro couraçados da classe Iowa, juntamente com vários cruzadores pesados, para bombardear as posições da Coreia do Norte localizadas ao longo da costa.

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Apesar de as operações contra a Coreia do Norte terem sido consideradas em geral como bem-sucedidas, elas não foram decisivas, já que os navios da classe Iowa não eram capazes de atacar as posições terrestres com profundidade suficiente para interromper a logística militar norte-coreana e chinesa, detalhou o colunista.

No entanto, o conceito de realizar ataques a partir da água contra as posições terrestres continuou nos planos dos militares dos EUA, já que geralmente o país norte-americano espera poder alcançar o domínio do mar mais facilmente.

Após o final da Guerra do Golfo em 1991, os últimos couraçados da Marinha norte-americana foram retirados do serviço. Para suprir a falta de uma embarcação capaz de fornecer apoio armado a operações anfíbias e servir como plataforma para ataques de longo alcance contra alvos no litoral surgiram os navios da classe Zumwalt.

"A classe Zumwalt foi concebida para dar resposta a esta necessidade, já que a Marinha precisava de um navio de guerra de ataque terrestre que pudesse operar com o mínimo de apoio para interromper e destruir as formações inimigas com antecedência", disse Farley.

O autor detalhou que as características principais dessas embarcações seriam o seu projeto furtivo capaz de evitar ataques de aviões e instalações de mísseis costeiros, uma grande capacidade para mísseis de cruzeiro terrestres e o Advanced Gun System (AGS), um exclusivo sistema de artilharia naval que, teoricamente, poderia disparar projéteis de 155 milímetros a uma distância de até 80 milhas — cerca de 130 quilômetros — com precisão.

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No entanto, o programa para a criação de um projétil de ataque terrestre de longo alcance (LRLAP) foi cancelado devido a seu alto custo. Dessa forma, os Zumwalt podem terminar cumprindo apenas missões antinavio, dependendo de como a Marinha dos EUA decida equipar essas embarcações.

Por outro lado, Farley, considerou que dentro de alguns anos os Zumwalt podem ser equipados com a munição Excalibur, a qual tem um alcance efetivo de cerca de 30 milhas — cerca de 50 quilômetros. Isso daria aos novos destróieres uma maior profundidade de ataque do que a dos antigos Iowa. Além disso, as embarcações seriam capazes de atacar alvos com dez tiros por minuto a partir de cada um de seus dois canhões de 155 milímetros. Cada Zumwalt pode transportar mais de 1.000 projetis.

Esses navios de guerra também têm um sistema de lançamento vertical (VLS) de 80 células, o que lhes permite transportar mísseis de cruzeiro para atacar alvos na Coreia do Norte. Apesar de a marinha de guerra dos EUA já contar com amplas capacidades de ataque com mísseis de cruzeiro, os Zumwalt poderiam realizar tais ataques de forma mais furtiva, dando ao inimigo pouco tempo para reagir.

O autor do texto frisou que não se sabe ao certo de que maneira a Coreia do Norte se defenderia dos ataques levados a cabo a partir de um Zumwalt, já que as capacidades furtivas da embarcação dificultariam o trabalho dos mísseis norte-coreanos.

Além disso, algumas das células VLS dos Zumwalts sem dúvida levariam mísseis de defesa pontual superfície-ar capazes de destruir mísseis de cruzeiro e aviões inimigos. Os destróieres também usariam contramedidas eletrônicas para evitar que os mísseis norte-coreanos pudessem identificá-los com sucesso.

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O autor considerou que, apesar de os Zumwalt serem alvos difíceis de detectar para a aviação norte-coreana, as ameaças a partir da água poderiam se tornar um grande problema para os destróieres norte-americanos, em especial os minissubmarinos.

Farley destacou que a Coreia do Norte tem uma extensa frota de submarinos e que os Estados Unidos provavelmente não poderiam destruí-los nos primeiros dias de um conflito. Apesar de os submarinos norte-coreanos poderem ter dificuldade em localizar um Zumwalt, se conseguissem fazê-lo "seria difícil encontrá-los e destruí-los antes de eles atacarem".

Além disso, a Coreia do Norte também pode instalar minas nas áreas que os Zumwalts provavelmente patrulhariam, o que faria com que fosse perigoso para os destróires operar com um amplo apoio.

"As pequenas embarcações poderiam representar a maior ameaça; poderão encontrar os Zumwalt e atacar com uma variedade de pequenas munições ou com eles mesmos. Os destróieres têm canhões de 30 mm que proporcionariam uma defesa pontual contra grupos de pequenas embarcações, mas de todas as maneiras estariam sob uma ameaça considerável", detalhou Farley.

O colunista lembrou que os Zumwalts são embarcações muito grandes e muito caras, e não está claro se os Estados Unidos estariam dispostos a operá-los em situações potencialmente perigosas.

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Posicionar os Zumwalt em uma força operacional clássica, com escoltas antissubmarino e antiaéreas, poderia protegê-los de ataques, mas reduziria sua eficácia operacional.

Os submarinos nucleares de escolta permitiriam aos Zumwalt manter suas características furtivas, mas tais embarcações teriam dificuldades em navegar nas áreas mais próximas à costa, justamente onde esses destróieres se destacam.

Embora, em teoria, os novos navios de guerra dos EUA tenham sido projetados para destruir um exército como o da Coreia do Norte, ainda está para ver se a Marinha norte-americana posicionaria seus navios de guerra de superfície mais caros em situações de alto risco. De todas as maneiras, os Zumwalt poderiam contribuir com mísseis de cruzeiro e disparos de longo alcance contra a Coreia do Norte, resumiu Farley.

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