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'Nada do que vem acontecendo é normal': China e EUA podem entrar em uma guerra mundial?
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A retórica belicosa do governo de Joe Biden, dos Estados Unidos, em relação à China fica mais evidente a cada dia. Um especialista ouvido pelo podcast... 20.02.2023, Sputnik Brasil
2023-02-20T19:04-0300
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Diego Pautasso, doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor de geografia do Colégio Militar de Porto Alegre e autor do livro "China e Rússia no pós-Guerra Fria", diz que há uma política de contenção do eixo sino-russo, que parte da Ucrânia e faz todo o contorno até a Ásia.A tática dos EUA vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial e consiste em enfraquecer o socialismo, outrora capitaneado pela União Soviética, acrescenta.À época, no entanto, a China era um país fundamentalmente rural e muito pobre.Mas, de acordo com ele, o que a elite americana não esperava é que nos últimos 40 anos a China ficasse "cada dia mais irrefreável".Pautasso explica que isso tem feito a elite americana "ficar a cada dia mais perplexa".Diante desse "caminhão" em velocidade crescente que aparece no retrovisor norte-americano, os EUA se sentem impelidos a "criar estratégias múltiplas para interditar, interceder e prejudicar a ascensão chinesa".Elias Jabbour, autor do best-seller "China: o socialismo do século XXI", aponta que o termo "guerra" pode ter diversos sinônimos.Segundo ele, é preciso levar em consideração a quantidade de provocação que os americanos têm feito contra a China.Não são poucas: um exemplo é a quantidade de armas que vêm sendo vendidas a Taiwan, território que faz parte do princípio de uma só China.Isso sem contar o que ele classifica de uma verdadeira "tentativa de cancelamento" da China no que tange ao acesso aos canais de semicondutores, com várias empresas chinesas sendo proibidas de atuar no mercado por causa das sanções norte-americanas.Ele lembra, no entanto, que parte dos parlamentares norte-americanos tem interesse direto na China.Nesse aspecto, o grau de interdependência entre as economias é um fator que faz improvável uma guerra convencional entre os dois países, avalia Jabbour.Abate de balão: cortina de fumaça para encobrir problemas domésticosElias Jabbour nota que "é relevante hoje alguém acreditar, no século XXI, com várias possibilidades de espionagem, que um balão seria o espião".Isso porque existem instrumentos mais sofisticados e atuais de espionagem, por meio de satélites ou de forma digital.Segundo Jabbour, sempre que algum problema interno vem à tona, "tem que aparecer algum alvo externo capaz de unir a população em torno do país e do presidente".Sobre o abatimento de supostos OVNIs, ele é taxativo: "Acho que tudo pode [...] [servir] para tirar o foco [do] principal, que pode ser a iminente derrota na Ucrânia, a questão de Ohio. É parte de algo que é para tirar a atenção do foco principal. São várias coisas: desde os problemas internos americanos até as pirações do Biden".A silenciosa contraofensiva chinesaComo a China vem reagindo aos movimentos norte-americanos?Na opinião de Diego Pautasso, o que o país asiático tem feito são movimentos de curta e média duração.Por outro lado, a China tem estratégias de longo prazo, que incluem "o fortalecimento da sua capacidade militar, de defesa e dissuasória".Inclusive, prossegue o professor, o seu fortalecimento como potência geoeconômica e geopolítica no mundo.Exercícios dos EUA no oceano PacíficoElias Jabbour lembra que os exercícios das tropas norte-americanas na costa do Pacífico sempre ocorrem, mas "é evidente que trazem mais tensão e podem aumentar a fervura" em um ambiente que já está tenso.Questionado sobre se a política externa seria diferente nas mãos da vice-presidente Kamala Harris, Jabbour acredita que não.Ele afirma que "chega a ser cômico como os jornais ocidentais" dos EUA e da Europa "transmitem as notícias. É cada vez mais vergonhoso como eles apresentam as questões [de China e Rússia] ao mundo. Eles estão no século passado, na década de 1950".Já o professor Diego Pautasso inverte a questão para ilustrar o problema dos EUA tocando exercícios militares no entorno chinês.
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'Nada do que vem acontecendo é normal': China e EUA podem entrar em uma guerra mundial?
19:04 20.02.2023 (atualizado: 19:05 20.02.2023) Especiais
A retórica belicosa do governo de Joe Biden, dos Estados Unidos, em relação à China fica mais evidente a cada dia. Um especialista ouvido pelo podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, diz que a postura beligerante não só em relação ao país asiático como também à Rússia nada mais é do que uma "barbeiragem diplomática e estratégica sem tamanho".
Diego Pautasso, doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor de geografia do Colégio Militar de Porto Alegre e autor do livro "China e Rússia no pós-Guerra Fria", diz que há uma
política de contenção do eixo sino-russo, que
parte da Ucrânia e faz todo o contorno até a Ásia.
A tática dos EUA vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial e consiste em enfraquecer o socialismo, outrora capitaneado pela União Soviética, acrescenta.
À época, no entanto, a China era um país fundamentalmente rural e muito pobre.
Mas, de acordo com ele,
o que a elite americana não esperava é que nos últimos 40 anos a China ficasse
"cada dia mais irrefreável".
"Quando os EUA se aproximaram da China, na virada dos anos 1960 para 1970, era parte de uma estratégia. O que os EUA talvez não esperavam é que dentro de três ou quatro décadas aquela China seria exportadora de produtos de média e alta tecnologia e que estaria na vanguarda tecnológica em vários campos, competindo e até suplantando os EUA em diversos setores", elencou durante a entrevista.
20 de fevereiro 2023, 13:00
Pautasso explica que isso tem feito a elite americana "ficar a cada dia mais perplexa".
Diante desse "caminhão" em velocidade crescente que aparece no retrovisor norte-americano, os EUA se sentem impelidos a "criar estratégias múltiplas para interditar, interceder e prejudicar a ascensão chinesa".
"Isso inclui desde fomentar processos separatistas na China, o cerco militar à China com as bases e [...] uma narrativa de 'nós contra eles', dando vida àquela velha retórica da Guerra Fria, cuja paranoia se expressa em vários planos, inclusive nesta questão do suposto balão espião. Isso era nítido na guerra comercial do governo [de Donald] Trump [ex-presidente dos EUA] em relação à China, e que agora vai ganhando contornos cada vez mais graves."
4 de fevereiro 2023, 22:45
Elias Jabbour, autor do best-seller "China: o socialismo do século XXI", aponta que
o termo "guerra" pode ter diversos sinônimos.
Segundo ele, é preciso levar em consideração a quantidade de provocação que os americanos têm feito contra a China.
Não são poucas: um exemplo é a quantidade de armas que vêm sendo vendidas a Taiwan, território que faz parte do princípio de uma só China.
"Desde o ano passado tem aumentado muito [a venda], sendo que existe um acordo de China e Estados Unidos de 1982 em que os americanos prometiam reduzir ainda mais a venda de armas a Taiwan, e no último ano isso só tem aumentado."
Isso sem contar o que ele classifica de uma verdadeira "tentativa de cancelamento" da China no que tange ao acesso aos canais de semicondutores, com várias empresas chinesas sendo proibidas de atuar no mercado por causa das sanções norte-americanas.
Ele lembra, no entanto, que parte dos parlamentares norte-americanos tem interesse direto na China.
Nesse aspecto, o grau de interdependência entre as economias é um fator que faz improvável uma guerra convencional entre os dois países, avalia Jabbour.
"Mas não se descarta isso, porque [os americanos] já colocaram a Rússia no colo da China. É uma barbeiragem diplomática e estratégica sem tamanho. Então não me surpreenderia se chegasse a um grau de provocação em que a guerra fosse incontornável. Nada do que vem acontecendo ultimamente [em termos de política externa dos EUA] é normal."
Abate de balão: cortina de fumaça para encobrir problemas domésticos
Elias Jabbour nota que "é relevante hoje alguém acreditar, no século XXI, com várias possibilidades de espionagem, que um balão seria o espião".
Isso porque existem instrumentos mais sofisticados e atuais de espionagem, por meio de satélites ou de forma digital.
"Uma pessoa que acredita que esse balão é espião ou é muito burra (com o perdão do termo) e inocente ou sofreu uma imensa lavagem cerebral e não sabe de nada que está acontecendo no mundo. No atual momento dos EUA, existem pesquisas que dizem o seguinte: mais de 40% das pessoas que moram lá têm a sensação de estar em uma guerra civil. É uma sociedade que não encontra solução para os seus próprios problemas e suas contradições, que não são pequenas."
17 de fevereiro 2023, 17:54
Segundo Jabbour, sempre que algum problema interno vem à tona, "tem que aparecer algum alvo externo capaz de unir a população em torno do país e do presidente".
"Rússia e China hoje são o alvo perfeito. Depois aparece OVNI [sigla para objeto voador não identificado], depois aparece sei lá o quê. Então tudo o que possa levar a opinião pública americana [para] [...] algo externo aos Estados Unidos é feito. Inclusive levar as pessoas a acreditarem que aquele balão era espião. É algo que não entra na minha cabeça. Não acho que os chineses utilizariam um balão para fazer esse tipo de coisa", argumenta.
Sobre o abatimento de supostos OVNIs, ele é taxativo: "Acho que tudo pode [...] [servir] para tirar o foco [do] principal, que pode ser a iminente derrota na Ucrânia, a questão de Ohio. É parte de algo que é para tirar a atenção do foco principal. São várias coisas: desde os problemas internos americanos até as pirações do Biden".
17 de janeiro 2023, 19:19
A silenciosa contraofensiva chinesa
Como a China vem reagindo aos movimentos norte-americanos?
Na opinião de Diego Pautasso, o que o país asiático tem feito são movimentos de curta e média duração.
"Na curta é sinalizar para os EUA qualquer violação ao território nacional e a seus interesses imediatos, como no caso da visita de Nancy Pelosi a Taiwan", observa ele.
Por outro lado, a China tem estratégias de longo prazo, que incluem "o fortalecimento da sua capacidade militar, de defesa e dissuasória".
Inclusive, prossegue o professor, o seu fortalecimento como potência geoeconômica e geopolítica no mundo.
"Ou seja, a capacidade da China de atrair diversos países para a sua órbita, seja em função da sua capacidade comercial, seja em função da sua capacidade de investimentos. A liderança que exerce em diversos mecanismos de integração comercial e financeira é também uma resposta que faz com que os EUA tenham dificuldade de enfrentar o dragão emergente."
29 de dezembro 2022, 09:00
Exercícios dos EUA no oceano Pacífico
Elias Jabbour lembra que os exercícios das tropas norte-americanas na costa do Pacífico sempre ocorrem, mas "é evidente que trazem mais tensão e podem aumentar a fervura" em um ambiente que já está tenso.
"Os EUA querem desnuclearizar a península da Coreia, mas não querem retirar seus 30 mil soldados da Coreia do Sul. Os norte-coreanos, porém, não estão com vontade de abrir mão da sua capacidade militar construída recentemente", diz.
Questionado sobre se a política externa seria diferente nas mãos da vice-presidente Kamala Harris, Jabbour acredita que não.
"Não existe uma opinião formada pelo Biden ou pela Kamala Harris, é do 'deep state' americano. Não acho a Kamala Harris uma pessoa moderada; ela é uma juíza, punitivista, inclusive da Califórnia. Sei que pode chocar, mas ela é parte desta direita anti-China, anti-Rússia, anti qualquer coisa que possa ameaçar o poder americano."
Ele afirma que "chega a ser cômico como os jornais ocidentais" dos EUA e da Europa "transmitem as notícias. É cada vez mais vergonhoso como eles apresentam as questões [de China e Rússia] ao mundo. Eles estão no século passado, na década de 1950".
Já o professor Diego Pautasso inverte a questão para ilustrar o problema dos EUA tocando exercícios militares no entorno chinês.
"Imagine uma manobra entre China, Rússia e Cuba nas imediações territoriais americanas. Se o balão já causou este frenesi, isso seria absolutamente inconcebível na fronteira imediata dos Estados Unidos. A posição de força dos EUA é estabelecer poder no entorno da China, o que inclui manobras com países vizinhos, algo que seria inconcebível na perspectiva da Casa Branca [no oceano Atlântico]", conclui.
20 de fevereiro 2023, 14:08