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Cientistas russos estudam formas de acabar com o glioma, um câncer que afeta o cérebro e a medula

© AP Photo / Lynne SladkyUm cientista estudando cérebro humano. Foto de arquivo
Um cientista estudando cérebro humano. Foto de arquivo - Sputnik Brasil, 1920, 04.11.2024
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O glioma é um tipo de câncer que se desenvolve no cérebro ou na medula espinhal. Os especialistas há muito tempo procuram uma maneira de derrotar esta terrível doença. Neste momento, os cientistas russos estão prestes a resolver a questão, segundo o portal Nauchnaya Rossiya (Rússia Científica) da Academia de Ciências da Rússia.
Há vários anos, a professora da Academia de Ciências da Rússia, Galina Pavlova, vem desenvolvendo novos métodos de tratamento do glioma.

"O glioma tem quatro estágios. O primeiro é relativamente fácil de remover, é benigno. O segundo é um pouco mais problemático. O quarto estágio é o mais agressivo. Uma pessoa tem expectativa de vida de 12 a 15 meses", explica.

O quarto estágio do glioma tem outro nome, é glioblastoma, esclarece a especialista.
"Ninguém encontra uma solução para este problema, apesar dos esforços titânicos feitos, e há alguns anos decidimos tratar desta questão", acrescenta.
Infelizmente, atualmente existem poucas opções de tratamento para o glioma. Trata-se de remoção cirúrgica, radioterapia ou quimioterapia.

"Esses métodos melhoram a condição do paciente, mas não o curam. As células tumorais permanecem e começam a se dividir, o tumor cresce novamente", continua Pavlova.

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Assim como após a remoção cirúrgica, há reincidências porque as células tumorais se espalham em diferentes direções e começam a formar um novo tumor, destaca a professora. Em relação à quimioterapia, Pavlova alerta que ela é muito dura porque mata tanto as células tumorais quanto as células saudáveis. As pessoas geralmente morrem por causa da quimioterapia em si, e não do tumor, acrescenta.
Mas mesmo após a quimioterapia, permanece certo percentual de células-tronco neurais tumorais que dão origem a um novo tumor, detalha a especialista.

"Tivemos a ideia de que deveríamos olhar o problema de um ângulo diferente. Tivemos a ideia de não matar as células tumorais", diz.

O fato é que o tumor é formado por células imaturas. Somente este tipo de célula pode se dividir. Nesse sentido, Pavlova acredita que é preciso amadurecê-las.

"E aí [as células tumorais] vão parar de se dividir sozinhas. O maior problema é o crescimento do tumor. Se a divisão delas puder ser interrompida, o tumor vai parar", revela.

Porém, existem 5% de células-tronco tumorais agressivas que recuperam tudo mesmo após o uso de diversos tratamentos.
"Se as matarmos, depois de um tempo tudo voltará ao normal", esclarece.
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Para ela, é um processo muito complexo que exige a criação de uma terapia especial.

"E desenvolvemos uma abordagem que pode diferenciar não apenas células tumorais, mas também células-tronco tumorais de glioma", enfatiza. "Com aptâmeros e moléculas pequenas causamos a morte das células por apoptose, o que é muito pouco traumático para o ser humano porque é um processo natural de morte, ou seja, as células sobreviventes se diferenciam até o estado maduro", explica.

Aptâmeros são sequências de DNA ou RNA de fita simples que se ligam especificamente a certas moléculas alvo.

A apoptose é uma via programada de destruição celular que contribui para a regulação fisiológica do organismo e se caracteriza pela eliminação de células danificadas ou desnecessárias.

Esta pesquisa ajudará a superar o glioma no futuro, resume Pavlova.

"Esse campo de pesquisa está se mostrando universal. Isso é ótimo, porque a medicina personalizada é sempre mais difícil de desenvolver, é mais cara, nem todos podem pagar. Esperamos que tenha sucesso", concluiu.

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