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Após aumento vertiginoso, Brasil 'não pode ficar refém da importação de veículos', diz Anfavea

© AP Photo / Raphael MullerA sinalização externa se eleva sobre a fábrica da BYD, em Camaçari, estado da Bahia, Brasil, 27 de janeiro de 2024
A sinalização externa se eleva sobre a fábrica da BYD, em Camaçari, estado da Bahia, Brasil, 27 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 15.01.2025
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O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, afirmou à mídia que o Brasil não pode "ficar refém" da importação de carros sob risco de desequilibrar a economia do país.
Em entrevista ao jornal O Globo, nesta quarta-feira (15), o presidente da Anfavea chamou a atenção de dados muito relevantes para o setor automotivo brasileiro. Segundo ele, apenas em 2024, o país deixou de arrecadar R$ 6 bilhões em tributos por não taxar em 35% a entrada de veículos elétricos (VEs) e híbridos vindos do exterior.
As importações de VEs pelo Brasil, no ano passado, apresentaram um aumento de 107,7% em relação a 2023, uma soma de US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 9,6 bilhões), um aumento considerável que, do ponto de vista de mercado, trouxe impacto negativo à balança comercial brasileira.

Para Lima Leite, "esse quadro só vai mudar se a alíquota de importação dos veículos elétricos e híbridos for elevada para 35% — que atualmente está em 18% e só chega aos 35% em 2026". Ainda segundo ele, o Brasil deveria seguir a tendência do mercado e reduzir as importações.

Ele afirmou que a China, que possui uma grande capacidade instalada de produção, está focada em exportar e não produzir fora do país, fatores que quando observados colocam o Brasil como destino de exportações, quando o país deveria investir em fazer o mesmo.
Veículos elétricos e híbridos expostos no evento Anfavea: Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil”, em 14 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.01.2025
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Para se ter uma ideia, as importações vindas do país asiático acumulam US$ 1,4 bilhão (mais de R$ 8,4 bilhões), 84% do total em 2024. Um efeito similar é observado nos carros híbridos, com 61% do total sendo chineses.

"O que o Brasil não deve aceitar é que tenha esse aumento de produção sem a nacionalização das etapas fabris. É isso que traz geração de empregos", afirmou Lima Leite. Segundo ele, as compras de fornecedores nacionais estão tímidas e o foco do país deve ser o investimento.

"Quando se investe no país, as empresas passam a ter acesso às tecnologias, e a gente passa a ter fornecedores capacitados", afirmou o presidente da Anfavea, que recentemente esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar de assuntos correlatos.
Montadoras chinesas compreendem a relevância do mercado brasileiro. A BYD, maior fabricante de carros elétricos do mundo, anunciou investimento de R$ 5,5 bilhões em três plantas industriais em Camaçari, na Bahia, com a expectativa de produzir 150 mil veículos por ano. No início da operação, no entanto, deve importá-los desmontados apenas para finalização no Brasil.
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