Bancada do PDT decide romper com governo Lula após demissão de Lupi; sigla seguirá independente
15:29 06.05.2025 (atualizado: 17:05 06.05.2025)
© Foto / Reprodução / Redes sociaisCarlos Lupi, então ministro da Previdência, concede coletiva a jornalistas em Niterói (RJ). Brasil, 4 de setembro de 2023

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Na última sexta-feira (2), o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, se demitiu do cargo, em meio às investigações que revelaram fraudes em descontos de associações sobre benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os deputados federais do PDT decidiram, após reunião nesta terça-feira (6), deixar a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e passarão a seguir de forma independente no Congresso. A decisão ocorreu dias após Carlos Lupi deixar o Ministério da Previdência por conta da crise gerada pelo escândalo dos descontos irregulares em milhares de pensões e aposentadorias.
Na ocasião, Lupi teria discordado da decisão de Lula de demitir o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF), conforme o jornal Folha de S.Paulo. Com a saída do pedetista, o presidente indicou Wolney Queiroz para o cargo, sem consultar o partido.
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ainda pretende se reunir com a sigla nos próximos dias para reverter a decisão, acrescentou a publicação. Apesar disso, o PDT garante que não adotará postura de oposição e vai apoiar pautas da centro-esquerda. Atualmente o partido conta com 17 deputados federais na Câmara e três senadores, que ainda não se posicionaram sobre a questão.
O PDT, que disputou as últimas eleições com Ciro Gomes, que terminou em quarto lugar, com apenas 3% dos votos, também pretende apresentar um nome alternativo para o pleito de 2026.
Fraudes bilionárias no INSS
No mês passado, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) desencadearam a operação Sem Desconto, que investiga um esquema de corrupção responsável por descontar mensalidades associativas não autorizadas de beneficiários do INSS.
Conforme investigações, entre 2019 e 2024 foram descontados de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões de forma fraudulenta. Em razão dessa descoberta, o governo federal decidiu suspender todos os acordos com o INSS que permitiam o desconto de mensalidades por serviços como academias, convênios e planos de saúde diretamente no benefício. Ao todo, 11 entidades foram alvo da operação.
O escândalo custou o cargo a Carlos Lupi na última sexta (2), quando Queiroz, então secretário-executivo da Previdência, foi escolhido pelo presidente Lula para comandar a pasta.