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Massacres britânicos no Afeganistão: ordem global 'foi jogada no lixo', diz especialista
Massacres britânicos no Afeganistão: ordem global 'foi jogada no lixo', diz especialista
Sputnik Brasil
Novas evidências sobre possíveis crimes de guerra cometidos por membros de elite das Forças Armadas britânicas contra civis e menores no Afeganistão... 14.05.2025, Sputnik Brasil
2025-05-14T09:45-0300
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Nesta semana, surgiram novos detalhes das atrocidades supostamente perpetradas por membros do Serviço Aéreo Especial (SAS, na sigla em inglês) do Reino Unido no Afeganistão durante a intervenção militar liderada pelos EUA no país asiático.De acordo com testemunhas, membros da unidade de elite assassinaram pessoas desarmadas enquanto dormiam e executaram prisioneiros algemados, incluindo crianças. Além disso, os soldados falsificaram relatórios e plantaram armas em cadáveres para evitar investigações.O assassinato de detidos "tornou-se rotina; eles revistavam alguém, algemavam e depois atiravam", acrescentou.O novo depoimento inclui alegações de crimes de guerra que datam de mais de uma década, muito antes do período de três anos atualmente examinado na investigação conduzida por um juiz no Reino Unido.Em entrevista à Sputnik, o doutor em história pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) disse que as recentes revelações da BBC representam um colapso da ordem jurídica internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.Questionado sobre a possibilidade de os crimes não ficarem impunes, Gámez Chávez considerou muito difícil para um tribunal como o Tribunal Penal Internacional (TPI) resolver a questão, primeiro porque as forças armadas de qualquer Estado moderno dispõem de mecanismos para impedir que seus membros sejam levados a julgamento.Nesse sentido, afirmou o acadêmico, é muito provável que os militares envolvidos possam ser julgados pelos mecanismos das Forças Armadas britânicas.Além disso, afirmou o professor, "vimos que os acusados [pelo TPI] são membros do establishment político ou das Forças Armadas de países do Sul, não dos países centrais, porque isso demonstra que eles não são tão democráticos quanto se pensa".Pela primeira vez desde que os relatos vieram à tona, o Serviço Especial de Embarcações (SBS, na sigla em inglês) está implicado nas acusações mais graves, que incluem a execução de pessoas desarmadas e feridas.Um veterano que serviu no SBS afirmou que, após assumir o controle de uma área, as equipes de assalto avançavam, atirando em qualquer pessoa em terra e aplicando o golpe de misericórdia em quem ainda estivesse vivo.Nesse sentido, o doutor em história explicou que, como resultado do processo de globalização, as chamadas guerras de quarta geração não são mais travadas apenas pela imposição de ideias ou pelo uso da mídia para fabricar consenso internacional.Gámez Chávez explica que a prática de crimes atrozes com métodos como os empregados pelos militares britânicos é uma consequência natural da dominação desses países, onde as grandes potências têm muitos interesses estratégicos.Ele acrescenta que, particularmente no Norte Global, a imprensa e os próprios governos "têm sido responsáveis por expor à opinião pública que a Europa sempre defendeu os direitos humanos, mas, na verdade, o que fizeram foi gerar várias guerras de conquista muito semelhantes às anteriores"."Essas são guerras que têm a ver com a reconstituição de novas potências globais, e por isso a mídia defende os direitos humanos como uma categoria que, na realidade, nos diz muito e não nos diz nada", argumenta o historiador.
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Massacres britânicos no Afeganistão: ordem global 'foi jogada no lixo', diz especialista
Novas evidências sobre possíveis crimes de guerra cometidos por membros de elite das Forças Armadas britânicas contra civis e menores no Afeganistão "representam um colapso na ordem jurídica internacional" estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, disse o historiador Javier Gámez Chávez à Sputnik.
Nesta semana, surgiram novos
detalhes das atrocidades supostamente perpetradas por membros do Serviço Aéreo Especial (SAS, na sigla em inglês) do Reino Unido no Afeganistão
durante a intervenção militar liderada pelos EUA no país asiático.
De acordo com testemunhas, membros da
unidade de elite assassinaram pessoas desarmadas enquanto dormiam e executaram prisioneiros algemados, incluindo crianças. Além disso, os soldados falsificaram relatórios e plantaram armas em cadáveres para evitar investigações.
"Algemaram uma criança e atiraram nela. Era claramente uma criança. Não estava nem perto da idade de lutar", disse um veterano do SAS, falando ao programa Panorama da BBC, transmitido no último domingo (12).
O assassinato de detidos "tornou-se rotina; eles revistavam alguém, algemavam e depois atiravam", acrescentou.
O novo depoimento inclui alegações de
crimes de guerra que datam de mais de uma década, muito antes do período de três anos atualmente examinado na
investigação conduzida por um juiz no Reino Unido.
Em entrevista à Sputnik, o doutor em história pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) disse que as recentes revelações da BBC representam um
colapso da ordem jurídica internacional estabelecida
após a Segunda Guerra Mundial.
"Isso representa o colapso de certos acordos que existiam nos confrontos militares do pós-guerra, este sistema internacional da ONU — tudo isso foi jogado no lixo", afirmou o acadêmico.
Questionado sobre a possibilidade de os crimes não ficarem impunes, Gámez Chávez considerou
muito difícil para um tribunal como o Tribunal Penal Internacional (TPI) resolver a questão, primeiro porque as forças armadas de qualquer Estado moderno
dispõem de mecanismos para impedir que seus membros sejam levados a julgamento.
Nesse sentido, afirmou o acadêmico, é muito provável que os
militares envolvidos possam ser
julgados pelos mecanismos das Forças Armadas britânicas.
Além disso, afirmou o professor, "vimos que os acusados [pelo TPI] são membros do establishment político ou das Forças Armadas de países do Sul, não dos países centrais, porque isso demonstra que eles não são tão democráticos quanto se pensa".
"É muito difícil que eles sejam julgados; seria como questionar a natureza democrática do governo britânico se fossem julgados em Haia", ponderou o historiador.
Pela primeira vez desde que os relatos vieram à tona, o Serviço Especial de Embarcações (SBS, na sigla em inglês) está implicado nas
acusações mais graves, que
incluem a execução de pessoas desarmadas e feridas.
Um veterano que serviu no SBS afirmou que, após assumir o controle de uma área, as equipes de assalto avançavam, atirando em qualquer pessoa em terra e aplicando o golpe de misericórdia em quem ainda estivesse vivo.
"Era esperado, não escondido. Todos sabiam", afirmou.
Nesse sentido, o doutor em história explicou que,
como resultado do processo de globalização, as chamadas guerras de quarta geração
não são mais travadas apenas pela imposição de ideias ou pelo uso da mídia para fabricar consenso internacional.
Gámez Chávez explica que a prática de crimes atrozes com métodos como os empregados pelos militares britânicos é uma consequência natural da
dominação desses países, onde as
grandes potências têm muitos interesses estratégicos.
"A maioria das guerras contemporâneas, incluindo as do Oriente Médio, faz parte desse ciclo", observa o acadêmico.
Ele acrescenta que, particularmente no Norte Global, a
imprensa e os próprios governos "têm sido responsáveis por expor à opinião pública que a Europa sempre defendeu os direitos humanos, mas, na verdade, o que fizeram foi
gerar várias guerras de conquista muito semelhantes às anteriores".
"Essas são guerras que
têm a ver com a reconstituição de novas potências globais, e por isso a mídia defende os
direitos humanos como uma categoria que, na realidade, nos diz muito e não nos diz nada", argumenta o historiador.
"Não estamos mais falando dos direitos sociais e econômicos que qualquer Estado-nação soberano pode defender. Portanto, há muito barulho, muitas explicações por parte dos defensores dos direitos humanos, mas isso visa encobrir esse tipo de intervenção que está ligada à nova forma de capitalismo", argumenta Gámez Chávez.
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