https://noticiabrasil.net.br/20251016/russia-aposta-em-energia-nuclear-para-ampliar-cooperacao-com-paises-do-sul-global-aponta-44294037.html
Rússia aposta em energia nuclear para ampliar cooperação com Sul Global, aponta especialista
Rússia aposta em energia nuclear para ampliar cooperação com Sul Global, aponta especialista
Sputnik Brasil
Em um momento de redefinição das alianças geopolíticas e das cadeias energéticas globais, a Rússia intensifica sua estratégia de cooperação nuclear com os... 16.10.2025, Sputnik Brasil
2025-10-16T18:40-0300
2025-10-16T18:40-0300
2025-10-17T13:16-0300
panorama internacional
rússia
europa
vladimir putin
sul global
estados unidos
rosatom
brics
ocidente
energia
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e9/0a/10/44304381_0:0:2996:1685_1920x0_80_0_0_4cbc6ddad15333b4e17095afae26795d.jpg
Para a economista Astrid Cazalbón, trata-se de uma aproximação estratégica clara em direção ao Sul Global, com implicações profundas para a segurança energética e a soberania desses países.Segundo ela, a estatal nuclear russa Rosatom já atua de forma ativa na América Latina e na África, buscando acordos que envolvam desde a construção de reatores modulares até transferência de tecnologia."É a empresa mais importante no mundo inteiro em equipamentos de energia nuclear, inclusive domina todo o ciclo das tecnologias e tem plena autonomia", explicou Cazalbón, que é professora de geopolítica energética e membro do Observatório Latino-Americano da Geopolítica Energética, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).Em 2024, o BRICS lançou uma plataforma para cooperação em energia nuclear — ainda incipiente, mas com potencial. Nesta quinta-feira (16), o presidente russo, Vladimir Putin, comentou, durante a plenária da oitava edição do fórum internacional Semana da Energia Russa, que o país pretende aprofundar a cooperação na área nuclear com os países do Sul Global pela linha do BRICS."A Rússia está procurando justamente parceiros energéticos […] no mundo que não estejam tão alinhados assim a países ocidentais ou à OTAN e aos Estados Unidos", afirmou a especialista, que participa do Grupo de Estudos sobre Segurança Energética (Gesene) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).Segurança energética e autonomia como pilaresPara Cazalbón, a proposta russa atende a demandas urgentes do Sul Global: ampliar a diversidade da matriz energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e garantir acesso estável e barato à energia.A especialista reforça que a energia nuclear — por ser uma fonte de baixo carbono, estável e com aplicações que vão além da geração elétrica — oferece vantagens estratégicas a países em desenvolvimento. "Investir na cadeia energética da energia nuclear é também investir em outros conhecimentos que podem ser aplicados na indústria, agricultura, medicina", destacou.A aposta russa na cooperação tecnológica em energia nuclear, segundo Cazalbón, é parte de uma tentativa mais ampla de mudar o centro de gravidade da geopolítica energética global. Nesse contexto, Moscou tem buscado reposicionar a Rosatom como ponte estratégica com países emergentes.A plataforma do BRICS, segundo ela, é uma oportunidade não apenas energética, mas também política e econômica. "São várias janelas de oportunidade que abre a plataforma do BRICS", disse, mencionando também o potencial para redefinir rotas de fornecimento e padrões tecnológicos.Cazalbón também criticou a forma como a transição energética é discutida no Ocidente, destacando que, na Rússia, o debate incorpora preocupações com pobreza energética e acesso a bens energéticos acessíveis. "Lá a pauta de transição energética é diferente, e a gente devia aprender com eles", disse, lembrando que o setor nuclear continua subvalorizado no Brasil.A analista de energia e especialista em BRICS Milena Megre destacou à Sputnik Brasil os impactos dessa transição para Moscou e os caminhos que o país passou a trilhar em busca de novos parceiros e espaços de influência.Segundo Megre, a compreensão do cenário atual exige uma retrospectiva. "Para falar do contexto da geopolítica energética russa atual, dos dias de hoje, é importante entender como ela se comportou nos últimos anos, nas últimas décadas", afirmou.Até 2022, a relação energética entre Rússia e Europa era caracterizada por forte interdependência, com o resto do continente importando gás, petróleo e carvão russos a partir de infraestruturas estratégicas."Foi uma relação que se deteriorou às custas de ambos. Ambos sofreram perdas muito grandes", destacou a especialista. Em resposta, a União Europeia avançou com suas sanções aos recursos energéticos russos, passando a importar de países como os Estados Unidos a preços mais elevados e com desafios logísticos.O resultado é uma Rússia que busca, cada vez mais, integrar sua política energética com sua estratégia geopolítica, combinando temas como segurança, soberania e cooperação multilateral.
https://noticiabrasil.net.br/20251009/russia-tem-muito-a-contribuir-para-soberania-e-transicao-energetica-do-brasil-diz-deputado-julio-44070417.html
https://noticiabrasil.net.br/20250922/43498926.html
sul global
estados unidos
ocidente
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2025
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
Sul Global precisa ampliar sua segurança energética
Sputnik Brasil
Sul Global precisa ampliar sua segurança energética.
2025-10-16T18:40-0300
true
PT1S
Transição energética para quem?
Sputnik Brasil
Transição energética para quem?
2025-10-16T18:40-0300
true
PT1S
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e9/0a/10/44304381_0:0:2732:2048_1920x0_80_0_0_4864cee9998e0014a04d1f96c9e4c3c9.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
rússia, europa, vladimir putin, sul global, estados unidos, rosatom, brics, ocidente, energia, energia nuclear, eua, cooperação, cooperação multilateral, cooperação econômica
rússia, europa, vladimir putin, sul global, estados unidos, rosatom, brics, ocidente, energia, energia nuclear, eua, cooperação, cooperação multilateral, cooperação econômica
Rússia aposta em energia nuclear para ampliar cooperação com Sul Global, aponta especialista
18:40 16.10.2025 (atualizado: 13:16 17.10.2025) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
Especiais
Em um momento de redefinição das alianças geopolíticas e das cadeias energéticas globais, a Rússia intensifica sua estratégia de cooperação nuclear com os países do BRICS. A movimentação, anunciada mais uma vez pelo presidente Vladimir Putin, reforça a colaboração com parceiros fora do eixo ocidental.
Para a economista
Astrid Cazalbón, trata-se de uma
aproximação estratégica clara em direção ao Sul Global, com implicações profundas para a segurança energética e a soberania desses países.
Segundo ela, a estatal nuclear russa Rosatom já atua de forma ativa na América Latina e na África, buscando acordos que envolvam desde a construção de reatores modulares até transferência de tecnologia.
"É a empresa mais importante no mundo inteiro em equipamentos de energia nuclear, inclusive domina todo o ciclo das tecnologias e tem plena autonomia", explicou Cazalbón, que é professora de geopolítica energética e membro do Observatório Latino-Americano da Geopolítica Energética, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
Em 2024, o BRICS lançou uma plataforma para cooperação em energia nuclear — ainda incipiente, mas com potencial. Nesta quinta-feira (16), o presidente russo, Vladimir Putin, comentou, durante a plenária da oitava edição do fórum internacional Semana da Energia Russa, que o país pretende aprofundar a cooperação na área nuclear com os países do Sul Global pela linha do BRICS.
"A Rússia está procurando justamente parceiros energéticos […] no mundo que não estejam tão alinhados assim a países ocidentais ou à OTAN e aos Estados Unidos", afirmou a especialista, que participa do Grupo de Estudos sobre Segurança Energética (Gesene) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
"Espera-se que esse espaço de cooperação contribua para acelerar esse processo."
Segurança energética e autonomia como pilares
Para Cazalbón, a proposta russa atende a demandas urgentes do Sul Global: ampliar a diversidade da matriz energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e garantir acesso estável e barato à energia.
"Segurança energética é um conceito bem amplo, que envolve preços acessíveis, suprimento contínuo e parceiros responsáveis que atendam aos interesses nacionais", pontuou.
A especialista reforça que a energia nuclear — por ser uma fonte de baixo carbono, estável e com aplicações que vão além da geração elétrica — oferece vantagens estratégicas a países em desenvolvimento. "Investir na cadeia energética da energia nuclear é também investir em outros conhecimentos que podem ser aplicados na indústria, agricultura, medicina", destacou.
A aposta russa na cooperação tecnológica em energia nuclear, segundo Cazalbón, é parte de uma tentativa mais ampla de mudar o centro de gravidade da geopolítica energética global. Nesse contexto, Moscou tem buscado reposicionar a Rosatom como
ponte estratégica com países emergentes."Isso vai mudar a geopolítica energética, vai fazer com que esses países tenham um campo de decisão mais amplo, uma margem de decisão mais ampla, mais autonomia nas decisões", avaliou.
A plataforma do BRICS, segundo ela, é uma oportunidade não apenas energética, mas também política e econômica. "São várias janelas de oportunidade que abre a plataforma do BRICS", disse, mencionando também o potencial para redefinir rotas de fornecimento e padrões tecnológicos.
Cazalbón também criticou a forma como a transição energética é discutida no Ocidente, destacando que, na Rússia, o debate incorpora preocupações com pobreza energética e acesso a bens energéticos acessíveis. "Lá a pauta de transição energética é diferente, e a gente devia aprender com eles", disse, lembrando que o setor nuclear continua subvalorizado no Brasil.
A analista de energia e especialista em BRICS Milena Megre destacou à Sputnik Brasil os impactos dessa transição para Moscou e os caminhos que o país passou a trilhar em busca de novos parceiros e espaços de influência.
Segundo Megre, a compreensão do cenário atual exige uma retrospectiva. "Para falar do contexto da geopolítica energética russa atual, dos dias de hoje, é importante entender como ela se comportou nos últimos anos, nas últimas décadas", afirmou.
Até 2022, a relação energética entre Rússia e Europa era caracterizada por forte interdependência, com o resto do continente importando gás, petróleo e carvão russos a partir de infraestruturas estratégicas.
"Foi uma relação que se deteriorou às custas de ambos. Ambos sofreram perdas muito grandes", destacou a especialista. Em resposta, a União Europeia
avançou com suas sanções aos recursos energéticos russos, passando a importar de países como os Estados Unidos
a preços mais elevados e com desafios logísticos.
O resultado é uma Rússia que busca, cada vez mais, integrar sua política energética com sua estratégia geopolítica, combinando temas como segurança, soberania e cooperação multilateral.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).