Rio registra maior chacina em operação policial; gestão Castro lidera ranking de mortes
© Foto / Fernando Frazão/Agência Brasil
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A operação policial desta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, deixou ao menos 64 mortos e se tornou a mais letal da história do estado. A ação ocorreu sob o governo de Cláudio Castro, que também esteve à frente de outras três das quatro operações mais mortais desde 2007.
A operação policial realizada nesta terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, tornou-se a mais letal da história do estado, com 64 mortos confirmados até a noite. A ação superou os massacres de Jacarezinho (2021) e Vila Cruzeiro (2022), também ocorridos sob a gestão do governador Cláudio Castro (PL), que lidera três das quatro operações mais letais na região metropolitana desde 2007.
Segundo dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), desde que Castro assumiu o governo em agosto de 2020, as operações policiais resultaram em 1.886 mortes — entre civis e agentes —, com uma média de 30 vítimas por mês. O levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo reúne informações sobre ações policiais na região desde 1989 e revela o impacto crescente da violência estatal.
A gestão anterior, de Wilson Witzel (PSC), registrou ainda maior letalidade. Em seus 20 meses de governo, foram contabilizadas 104 chacinas com 904 mortos, uma média de 45 vítimas por mês. O ano de 2019, único em que Witzel governou de janeiro a dezembro, teve o recorde de 634 mortes em chacinas policiais. Castro, então vice-governador, assumiu o cargo após o afastamento de Witzel.
No total, 707 operações policiais resultaram em 7.343 vítimas ao longo de 18 anos. Para ilustrar a magnitude, o número equivale à queda de 33 aviões Airbus A320 com capacidade máxima, sem sobreviventes. Na ação desta terça, ao menos 60 mortos foram classificados pela polícia como suspeitos, além de dois policiais civis e dois militares. O número pode aumentar potencialmente para uma centena de vítimas, já que tiroteios continuavam em algumas áreas 12 horas após o início da operação.
O massacre do Jacarezinho, agora a segunda operação mais letal, teve investigações inconclusivas. Dos 28 mortos, 24 inquéritos foram arquivados e apenas quatro resultaram em denúncias contra agentes. O promotor André Luís Cardoso, que coordenou as investigações, afirmou que não foi possível comprovar legítima defesa na maioria dos casos, evidenciando falhas na apuração das mortes.
A operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, teve início na madrugada de terça-feira e envolveu agentes das polícias Civil e Militar em uma ação de grande escala contra o crime organizado. Segundo as autoridades, o objetivo era prender líderes de facções criminosas e desarticular pontos de tráfico de drogas.
