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Mídia: EUA usaram ameaças para barrar acordo climático da ONU sobre transporte marítimo global

© AP Photo / Andy WongUm homem em um barco pesca enquanto um navio porta-contêineres se prepara para atracar em um porto em Xiamen, na província de Fujian, no sudeste da China, 27 de dezembro de 2023
Um homem em um barco pesca enquanto um navio porta-contêineres se prepara para atracar em um porto em Xiamen, na província de Fujian, no sudeste da China, 27 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 02.11.2025
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Delegados internacionais acusam o governo Trump de usar ameaças pessoais e econômicas para sabotar um acordo climático da ONU sobre transporte marítimo. A proposta, que previa taxas sobre emissões de carbono, foi adiada após pressão dos EUA sobre países vulneráveis, gerando críticas à diplomacia norte-americana.
Autoridades do governo Trump foram acusadas de usar ameaças pessoais e econômicas para inviabilizar um acordo climático global voltado ao setor de transporte marítimo. O plano, apoiado pela ONU, previa a criação de uma Estrutura de Emissões Líquidas Zero, com taxas sobre emissões de carbono, mas foi bloqueado após forte pressão dos EUA durante reuniões em Londres.
Mais de dez diplomatas e observadores relataram ao Financial Times (FT) que os representantes norte-americanos ignoraram normas diplomáticas e adotaram táticas de intimidação contra países africanos, caribenhos e do Pacífico. Os delegados foram abordados em intervalos informais e alertados sobre possíveis restrições de entrada nos EUA para eles e suas famílias, caso apoiassem o acordo.
O presidente Donald Trump classificou a proposta como um "golpe verde global" e pediu publicamente o seu bloqueio. A estrutura havia sido aprovada provisoriamente em abril e deveria se tornar juridicamente vinculativa, mas as negociações foram adiadas por um ano após a pressão norte-americana.
Diplomatas relataram ameaças explícitas, como aumento de taxas portuárias e restrições de visto para tripulações de navios, segundo o FT. Um veterano da Organização Marítima Internacional (OMI) comparou o comportamento dos EUA a táticas mafiosas, dizendo que a intimidação foi direta e sem precedentes no fórum técnico da ONU.
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O Departamento de Estado dos EUA não comentou as ameaças, mas elogiou países como Grécia e Chipre por se absterem na votação. O secretário Marco Rubio afirmou que o governo avaliava sanções contra funcionários que promovem políticas climáticas consideradas prejudiciais aos consumidores norte-americanos.
Especialistas alertaram à mídia britânica que a abordagem agressiva dos EUA pode comprometer sua influência global a longo prazo. Creon Butler, da Chatham House, disse que outros países podem optar por negociar entre si, contornando os EUA em futuras tratativas climáticas.
Delegados de países como o Brasil, Japão e Indonésia confirmaram ter sido alvo de démarches diplomáticas e notas alertando sobre "medidas recíprocas", incluindo tarifas adicionais e sanções pessoais. A pressão foi descrita como intensa e direcionada, com ameaças específicas a membros das delegações.
Apesar do adiamento do acordo por um ano, muitos diplomatas acreditam que, enquanto Trump estiver na presidência, será difícil implementá-lo. As negociações técnicas continuam, mas são vistas como pouco produtivas diante do clima de intimidação instaurado nas reuniões.
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