"Queremos que a China participe da cúpula, isso é muito importante para nós", disse Zelensky em entrevista à agência Reuters divulgada nesta terça-feira (21).
Conforme Zelensky, devem ser discutidas na cúpula da Suíça três pontos principais: segurança nuclear; segurança alimentar, que inclui a navegação nos mares Negro e de Azov; e a troca de prisioneiros sob a fórmula "todos por todos".
"Se todos os países apoiarem (esses três pontos), elaboraremos um plano técnico passo a passo e depois o apresentaremos ou o passaremos adiante. Em diferentes plataformas de diferentes países, conversaremos com representantes da Rússia. Se conseguirmos levar esses três pontos a uma conclusão lógica, poderemos avançar para a segunda parte dos pontos difíceis, que podem levar ao fim da guerra", acrescentou Zelensky, sem mencionar a ausência da própria Rússia nas discussões.
Putin diz que Rússia está pronta para participar das negociações
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na última sexta-feira (17), durante agenda em Harbin, na China, que a Rússia está pronta para participar de negociações de paz com a Ucrânia, mas não houve um convite para a conferência na Suíça.
Conforme a agência chinesa Xinhua, o homólogo Xi Jinping, em uma reunião com Putin, afirmou que Pequim apoia a realização da cúpula de paz para resolver a situação na Ucrânia no momento apropriado, porém com a participação igualitária nas discussões de Moscou e Kiev.
Anteriormente, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, lembrou que o país pediu cautela aos parceiros na questão e solicitou que se abstivessem de participar do encontro para evitar envolvimento em provocações antirrussas.
Sem presença brasileira
O governo brasileiro já informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estará no encontro, mesma medida tomada pelo homólogo Cyril Ramaphosa, da África do Sul, que alegou compromissos pós-eleição.
A Suíça vai sediar a conferência sobre a Ucrânia nos dias 15 e 16 de junho, em Lucerna. O porta-voz da embaixada da Rússia em Berna, Vladimir Khokhlov, disse anteriormente à Sputnik que o país não havia enviado um convite para a participação russa na cúpula sobre a Ucrânia, e que Moscou não iria de qualquer forma. A autoridade acrescentou que a conferência é mais uma tentativa de pressionar por uma "fórmula de paz" inviável, que não leva em consideração os interesses russos.