O país está se consolidando como um importante polo para o offshoring de serviços de tecnologia, com mais de 20 aquisições de empresas brasileiras do setor desde 2020, totalizando quase R$ 9 bilhões.
Offshoring de TI é a prática de contratar serviços de TI de companhias localizadas em outros países. Isso inclui atividades como desenvolvimento de software, suporte técnico, infraestrutura e outros serviços tecnológicos, realizados por profissionais de fora da empresa contratante.
De acordo com o jornal O Globo, o movimento é impulsionado pela qualidade da mão de obra e proximidade cultural e geográfica com os principais mercados, como Estados Unidos e Europa, tornando o país sul-americano uma alternativa à Índia.
Companhias globais, como a japonesa NTT DATA e a indiana Marlabs, têm adquirido empresas brasileiras para expandir suas operações no país. A mídia cita que o conflito na Ucrânia e a fragilidade de outras regiões durante a pandemia também contribuíram para a expansão do Brasil nesse mercado.
A igc partners, uma boutique especializada em fusões e aquisições, tem sido responsável por intermediar muitas dessas transações. Nos últimos quatro anos, a companhia concluiu 17 operações no setor de tecnologia, movimentando R$ 4,48 bilhões. Até o início de 2024, a IGC planeja finalizar mais duas transações com investidores estrangeiros.
"O Brasil está se transformando na nova Índia para serviços de tecnologia offshoring", disse Daniel Milanez, CEO e co-fundador da igc partners, ouvido pelo jornal.
Empresas brasileiras de tecnologia, que antes estavam fora do radar dos investidores, agora atraem grande interesse, especialmente com a crescente demanda por soluções tecnológicas inovadoras em setores como bancos digitais.
Até o começo do ano que vem, o igc partners deve concluir pelo menos mais duas transações nessa área, com um fundo e uma companhia estrangeira estratégica que ainda não está presente no Brasil.
"Já temos quatro conversas com memorandos de entendimento assinados, preço e estrutura definidos em fase de diligência. E outras dez conversas em andamento", afirmou Rafael Frugis, sócio do igc e responsável pelos negócios na área de serviços de tecnologia.
A transformação no setor bancário e a necessidade de modernizar seus sistemas contribuíram para o aquecimento do mercado, com grandes aquisições, como a da Zup pelo Itaú. Além disso, empresas como Boticário, Ambev e Alpargatas também entraram no mercado fazendo aquisições estratégicas, acrescenta a mídia.