Um dos esquemas padrão de entrada no mercado para uma empresa automobilística é fazer acordos com revendedores oficiais de seus carros em um determinado país, mas as empresas automobilísticas chinesas foram além.
"Os fabricantes de veículos elétricos chineses estão abrindo lojas principais e fábricas de montagem na África, buscando se expandir no continente e contornar as tarifas e outras restrições de importação impostas pelos EUA e pela Europa", diz o artigo.
Em particular, o artigo destaca um acordo entre as empresas BAIC Group e Zeekr a que pertence a marca Geely, e o Egito para a construção de uma montadora de automóveis.
A BAIC planeja montar até 20 mil carros elétricos por ano e vendê-los não só na África, mas também no Oriente Médio, tendo, de um lado, países árabes ricos por perto e, de outro, mão de obra barata.
O mesmo processo está em andamento entre a empresa Chery e o Quênia, enquanto a BYD Auto, Neta Auto EV e Xpeng estão presentes em Marrocos, Ruanda, África do Sul, Zâmbia, Madagascar e outros.
"As últimas ações das empresas de veículos elétricos para se expandir no Egito seguem uma tendência das montadoras chinesas de buscar o mercado africano desde que a rivalidade geopolítica da China se intensificou com os EUA e a Europa", observa.
Segundo os especialistas entrevistados pelo jornal, a China tenta assim evitar as restrições impostas pelos Estados Unidos, México e União Europeia (UE) em forma de tarifas de importação de 100% que, de fato, impediam as vendas de veículos elétricos chineses nestas regiões.
Neste contexto, as empresas produtoras de automóveis estão se dirigindo a outros mercados, como o africano, onde as restrições ocidentais não se aplicam.