"É um cara que tem uma imagem muito bem vista, como alguém de sucesso, alguém que conseguiu construir uma carreira", pondera Lucas Mendes, professor de geopolítica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e cofundador da página Geopolítica Hoje.
"De outubro deste ano até agora, ela tem sido apresentada na mídia chilena como a grande representante do diálogo político, principalmente dentro da esquerda e com a oposição democrata cristã", diz João Paulo Arrais, bacharel em relações internacionais pela PUC Goiás e especialista em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).
Possível efeito Trump na América Latina
"Trump já disse que vai criar barreiras alfandegárias, taxações. Alguns produtos ali do mercado europeu realmente correm risco de serem taxados nos Estados Unidos. O Trump está focando muito essa questão do superávit comercial. Então se o país faz comércio com os Estados Unidos e mais vende do que compra, o Trump tá tentando reverter isso", pontua.
"De modo geral, a tendência é que o acordo realmente vá para frente e consiga funcionar. Mas esses detalhes vão pegar, e aí envolve os lobbies, lobbies de setores da sociedade europeia, da sociedade brasileira, para poder aparar as arestas. Mas como eu disse, a questão do Trump eu acho que vai ser o empurrão final para que esse acordo possa, de fato, entrar em vigor", conclui.
Petro é alvo número 1 do 'trumpismo', diz analista
"Quando a gente vai pensar em geopolítica, na estrutura da América Latina, […] o Trump é um fator desagregador para a América Latina", nota Mendes.
"Além disso, a Colômbia tem muitas bases americanas, soldados americanos ali, vez ou outra, que estão direto. Então é um país no qual os Estados Unidos têm os dois pés lá dentro. E gerar caos, gerar ruído, gerar desestabilização nesse cenário não é tão difícil assim", alerta o especialista sobre eventuais efeitos que poderiam surgir na Colômbia.
Queda de braço com a China afasta Brasil da Rota da Seda?
"A avaliação que se tem dentro do governo é que essa escolha está baseada, primeiro, [no fato de] que a China já é o maior investidor no mercado brasileiro, o maior investidor internacional. É um país que, como eu disse, tem uma relação comercial muito profunda com o Brasil. A China já tem uma série de investimentos no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", diz Mendes, apresentando o cenário.