No dia 28 de maio, um confronto eclodiu no trecho disputado da fronteira entre os dois países, matando um soldado cambojano. Ambos os lados se acusam mutuamente de iniciar o conflito, que ocorreu em uma zona neutra acordada conjuntamente pelo Memorando de Entendimento (MOU) sobre o Levantamento e Demarcação de Fronteiras Terrestres. Na segunda-feira (2), o governo cambojano afirmou que encaminharia a disputa territorial com a Tailândia à CIJ, independentemente da posição de Bangkok, e o parlamento do país aprovou a decisão por unanimidade em uma sessão conjunta das duas câmaras.
"Em relação às questões que o Camboja possa querer recorrer a um mecanismo judicial ou a uma terceira parte nesta matéria, a Tailândia, como vizinha do Camboja, está comprometida em resolver as questões bilaterais por meios pacíficos, com base no direito internacional, tratados e acordos relevantes [...] bem como em evidências de apoio, incluindo imagens de satélite. A Tailândia está pronta para iniciar negociações com o Camboja por meio dos mecanismos bilaterais existentes", afirmou o governo em comunicado.
O governo tailandês também informou que a Comissão Conjunta de Fronteiras (JBC, na sigla em inglês), criada para discutir o levantamento e a demarcação da fronteira, realizará uma reunião no dia 14 de junho, conforme acordado pelas partes.
Na terça-feira (3), o Exército tailandês informou que tropas com armas e equipamentos pesados estavam se aproximando da fronteira pelo lado cambojano. O Exército cambojano divulgou fotos e vídeos nas redes sociais de um drone de reconhecimento militar tailandês que supostamente foi abatido e interceptado. Em resposta, o Exército tailandês afirmou que o drone não pertencia ao seu país, acrescentando que não havia necessidade de usar drones para explorar o território cambojano, pois obteve todas as informações necessárias analisando as contas do Exército cambojano nas redes sociais.
Houve inúmeros confrontos ao longo da fronteira entre a Tailândia e o Camboja, onde áreas disputadas permanecem, e sua demarcação tem sido objeto de negociações de longa data entre as duas nações vizinhas. Apesar das tensões persistentes, todas as passagens de fronteira estão abertas para o fluxo de cidadãos e mercadorias transfronteiriças em ambas as direções.