Em setembro, os registros de carros novos da fabricante chinesa BYD na Europa aumentaram quase cinco vezes em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 24.963 unidades. Esse crescimento expressivo reflete a expansão da linha de modelos e da rede de vendas da empresa, aproximando-a da líder de mercado Tesla, que, por sua vez, teve queda de 10,5% nas vendas, com 39.837 veículos entregues.
Segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, na sigla em inglês), a BYD ampliou sua presença na Europa com 13 modelos disponíveis, contra seis há dois anos, e planeja fabricar todos os veículos vendidos na região localmente até 2028. De acordo com o South China Morning Post (SCMP), a empresa também pretende dobrar o número de concessionárias europeias para 2.000 até 2026 e estabelecer uma cadeia de suprimentos regional.
Nos primeiros nove meses de 2025, as vendas da BYD na Europa cresceram 300%, alcançando 120.859 unidades, enquanto a Tesla registrou queda de 28,5%, com 173.694 veículos entregues. A linha da BYD inclui modelos totalmente elétricos e híbridos plug-in, ao contrário da Tesla, que oferece apenas veículos 100% elétricos.
Ainda segundo a apuração, a estratégia de internacionalização da BYD inclui metas ambiciosas: espera que as exportações representem 20% de suas vendas globais em 2025, o dobro do registrado em 2024. A empresa projeta entre 800.000 e 1 milhão de entregas fora da China continental, dentro de um total estimado de 4,6 milhões de unidades.
Para sustentar esse crescimento, a BYD criou sua própria frota de navios cargueiros, incluindo oito embarcações, uma delas com capacidade para transportar até 9.200 veículos. A empresa também planeja introduzir todos os modelos desenvolvidos na China em mercados internacionais, ampliando sua oferta global.
Apesar do avanço internacional, a BYD enfrentou queda de 5,5% nas entregas totais em setembro, com 396.270 unidades, devido à desaceleração das vendas na China continental. Em contrapartida, as vendas fora da China cresceram 116%, totalizando 71.256 unidades e representando 18% do volume global.
Segundo previsões do JPMorgan, o mercado chinês pode sofrer retração de 3% a 5% em 2026, caso os subsídios e incentivos fiscais sejam suspensos. Analistas apontam que os fabricantes chineses podem obter margens de lucro até quatro vezes maiores no exterior, devido aos preços mais elevados praticados fora da China.