Tudo isto é abordado na entrevista do ministro da Informação da Síria, Omran al-Zoubi à agência russa RIA Novosti.
Sputnik: Senhor ministro, como é sabido, caças turcos abateram um avião Su-24 das Forças Aeroespaciais russas. Qual foi, na sua opinião, o verdadeiro objetivo destas ações?
A Turquia está irritada com as ações da Rússia porque o Estado islâmico tem estreitas relações com o governo da Turquia, relações estreitas e econômicas. Há muitas provas disso. A primeira é que a maioria dos combatentes estrangeiros que chegou à Síria para lutar ao lado do Estado Islâmico veio do território turco e é impossível acreditar que tão grande número de militantes foi capaz de cruzar a fronteira sem a assistência das autoridades turcas. Em segundo lugar, a maioria das armas dos jihadistas também foi fornecida através da Turquia. Em terceiro, a Turquia roubou as fábricas em Aleppo — equipamentos, produção e relíquias históricas de Aleppo. Ela ajudou a capturar Palmira, roubaram e continuam a roubar o petróleo sírio, centenas de caminhões-cisterna. Todo o petróleo é fornecido por uma empresa pertencente a Radzhep Erdogan, filho do presidente. Por isso, a Turquia começou a ficar nervosa quando a Rússia começou a atacar as infraestruturas do Estado islâmico e destruiu mais de 500 caminhões-cisterna com petróleo. Isto enervou fortemente Erdogan e a sua empresa…
S.: Pensa que as ações da Turquia foram concertadas com os seus aliados?
O objetivo da Turquia é restabelecer o Império Otomano, que como antes era dividido em províncias. Havia a província de Damasco, Mosul, Aleppo, Jerusalém, Beirute e assim por diante. Esse objetivo leva ao desejo de dividir a Síria e o Iraque em emirados ou províncias, que serão um protetorado do Império e respeitarão os seus interesses. Tais ambições estão a causar divergências com os Estados Unidos.
S.: Depois do início da operação aérea da Rússia na Síria, ou antes, era fornecido armamento russo à Síria? Que armamento?
Primeiro, a Rússia compreende que o islamismo radical é uma ameaça não apenas para a Síria, mas também para o mundo como um todo e ameaça a Rússia, o seu espaço vital, que tem lugar a existir fora das fronteiras da Rússia. Aqueles que estão lutando agora na Síria, de acordo com a lógica das coisas, mais cedo ou mais tarde regressarão ao seu país.
S.: Será que são planejados fornecimentos de armas em um futuro próximo, o que pretende receber a Síria?
O.Z.: Não tenho informação [sobre tipos e prazos de fornecimento de armas] – é segredo militar. Mas direi que a presença da Rússia aqui na resistência ao terrorismo é uma posição conscienciosa e honesta da parte das autoridades russas e do povo. Além disso, esta posição prova a compreensão do perigo do terrorismo.
S.: O que o senhor ministro espera dos encontros em Viena no contexto dos últimos acontecimentos?
S.: Como o senhor ministro avalia o ano cessante de 2015 e o que espera dos últimos dias dele?
O.Z.: Em 2015 a administração da Síria, com o atual apoio da Rússia sob a chefia do presidente Vladimir Putin, conseguiu revelar a política e os objetivos do Ocidente, que, sob os lemas de regulação pacífica, quer destruir a Síria. Tudo sobre o que o governo sírio tinha advertido durante os anos passado aconteceu em 2015.
Nós advertimos que o terrorismo iria sair dos limites da Síria e isso aconteceu. A tensão que os terroristas criaram no mundo deve persuadir todos que a luta contra o terrorismo exige esforços coordenados e conjuntos.