China está disposta a ampliar cooperação com Rússia no combate ao terrorismo

© AFP 2023 / SPUTNIKPresidente da China, Xi Jinping, e presidente da Rússia, Vladimir Putin, apertam as mãos às margens da Cúpula dos BRICS em Goa
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"A china expressa interesse em estimular cooperação com a Rússia e com a sociedade internacional para combater o terrorismo e garantir a segurança comum", diz-se na carta de condolência do presidente chinês, Xi Jinping, pela morte do embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov.

O conteúdo da carta foi publicado no site da embaixada da Rússia na China.

"A China reprova totalmente o atentado terrorista contra o diplomata. Em nome do governo da China e do povo chinês, eu [Xi Jinping] expresso condolência profunda e peço para transmiti-la aos parentes de Andrei Karlov", destaca-se no telegrama.

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A China demonstra interesse em estimular a cooperação com a Rússia para combater o terrorismo. "O reforço do combate ao terrorismo pode ser a única resposta para o assassinato do embaixador russo na Turquia", declarou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro com os chefes da Chancelaria, Sergei Lavrov, do Serviço de Inteligência Externa, Sergei Naryshkin e do Serviço Federal de Segurança, Aleksandr Bortnikov.

"O crime cometido, sem dúvida alguma, não passa de uma provocação que deseja piorar a normalização das relações russo-turcas e busca dar um fim à regularização pacífica do conflito na Síria, que está sendo ativamente promovida pela Rússia, Irã, Turquia e outros países interessados na sua regulação. Há uma única resposta — o combate ao terrorismo deve ser reforçado. E os bandidos vão senti-lo", declarou Putin.

Nos últimos anos, as Foças Especiais da China e da Rússia cooperaram com sucesso na luta contra o terrorismo.

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"Primeiramente, o reforço de troca de dados durante a cooperação antiterrorista entre China e Rússia. Em particular, a China enfrenta ameaça do terrorismo por parte do grupo terrorista Movimento Islâmico do Turquestão Oriental. Na Rússia, as ameaças à segurança nacional são evidentes em tais regiões como Cáucaso do Norte, Daguestão, Chechênia, Inguchétia e Ossétia do Norte. Portanto, a China e a Rússia podem fortalecer a cooperação e coordenação das suas ações na troca de informação antiterrorista para prevenção e limpeza do terrorismo em ambos os países. Além disso, as unidades militares dos dois países podem executar exercícios antiterroristas para avançar em grande escala nessa área. Os países da Organização para Cooperação de Xangai, por sua vez, devem realizar regularmente exercícios antiterroristas. Este é um mecanismo de cooperação muito importante. No fim das contas, a posição da China é importantíssima, bem como a da Rússia, pois na luta contra o terrorismo, os dois países devem trabalhar juntos na oposição aos ‘padrões duplos' que estão sendo seguidos pelo Ocidente na luta contra o terrorismo. A partir desta posição, o Ocidente combate o grupo terrorista Movimento Islâmico do Turquestão Oriental para combater os terroristas no Cáucaso do Norte. Portanto, China e Rússia devem cooperar na luta contra várias manifestações do terrorismo e contra a política dos ‘padrões duplos' do Ocidente", disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

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Novas ameaças à segurança dos dois países e à estabilidade na região forçam Moscou e Pequim a intensificar os esforços nessa área. Após a tragédia na Turquia "o reforço significativo" da cooperação antiterrorista entre as partes é possível, opina em comentário para a Sputnik China o vice-diretor do Instituto da Comunidade dos Estados Independentes, Vladimir Evseev:

"Há uma série de manifestações do terrorismo, que estão relacionadas diretamente à China ou criam, pelo menos, desafios para a nação chinesa. A China não pode eliminá-las por si só. Isso é possível somente através da cooperação com a Rússia. Por outro lado, a Rússia, às vezes, não tem os recursos necessários, principalmente financeiros, para destruir bases terroristas. Portanto, acho que podemos encontrar possíveis áreas de cooperação, complementando um o outro e combinando os potenciais das forças dos dois países."

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A tragédia com o embaixador russo na Turquia reviveu lembranças do ataque terrorista contra a embaixada chinesa em Bishkek, em 30 de agosto. Um homem desconhecido tentou invadir a embaixada chinesa arrombando os portões com um carro, posteriormente, causando a explosão do veículo. O terrorista morreu imediatamente, os guardas da embaixada ficaram feridos. "A investigação revelou que o ataque foi realizado por ordem dos grupos terroristas uigures que operam na Síria e possuem relações com a organização terrorista Frente al-Nusra, financiadora do atentado terrorista", informaram os serviços especiais de Quirguistão na época.

Revelou-se também que o responsável pelo ataque, após passar por treinamento na Síria, mudou-se para a Turquia, país onde explodiu o carro na embaixada da China em Bishkek. O homem-bomba mantinha ligações com o grupo terrorista internacional Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, que realiza atividades terroristas em Xangai, no Afeganistão e nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.

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O reforço da cooperação entre os serviços de inteligência da Rússia e da China na Ásia Central, envolvendo o potencial da Organização para Cooperação de Xangai, pode garantir a estabilidade na região. Tal cooperação pode ser aplicada também a uma resposta conjunta às ameaças do terrorismo e do radicalismo do Afeganistão. Neste contexto, observadores estão atentos às consultas sobre o Afeganistão, planejadas para 27 de dezembro em Moscou com a participação dos representantes da Rússia, China e Paquistão. Encontrar um novo mecanismo de resolução do problema afegão é essencial. Ao mesmo tempo, através do encontro, Moscou e Pequim pretendem reforçar a cooperação na área de prevenção da ameaça do terrorismo e radicalismo não somente no Afeganistão, mas em toda a região.

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