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Viúva da Chapecoense: 'Nunca vou conseguir superar a tragédia'

© Álbum de famíliaSusana Ribas, a filha Nina e o jogador Willian Thiego, falecido na tragédia da Chapecoense
Susana Ribas, a filha Nina e o jogador Willian Thiego, falecido na tragédia da Chapecoense - Sputnik Brasil
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Há quase um ano, na noite de 28 de novembro de 2016, acontecia na Colômbia a tragédia da Chapecoense. A caminho de Medellín, onde a equipe de Santa Catarina disputaria a decisão da Copa Sul Americana com o Atlético Nacional, o avião que transportava a delegação caiu pouco antes de pousar no Aeroporto Internacional José Maria Córdova, em Rio Negro.

Vindo do Aeroporto Internacional Viru Viru de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o avião Avro RJ 85, da empresa boliviana LaMia, realizava o voo 2933 com destino à “Cidade da Eterna Primavera” colombiana. Pouco antes de pousar, o piloto alertava a torre de controle que precisaria aterrissar imediatamente porque o combustível havia acabado. Não deu tempo e o avião acabou caindo na região montanhosa de Cerro Gordo, na região de Antioquia.

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Das 77 pessoas que estavam a bordo, 71 faleceram, entre elas o piloto e comandante da aeronave e outros 6 tripulantes. As demais vítimas foram: 19 jogadores da Chapecoense; 14 membros da Comissão Técnica; 9 dirigentes, inclusive o presidente do clube; 20 jornalistas e mais duas pessoas que viajavam como convidadas do clube. Entre os 6 sobreviventes, estavam 3 jogadores – o goleiro Jackson Follmann que teve uma perna amputada, e os zagueiros Neto e Alan Ruschel – o radialista Rafael Henzel e 2 tripulantes.

A tragédia iria então se desdobrar em vários dramas vividos pelos sobreviventes e pelos familiares das vítimas fatais. Uma delas é Susana Ribas, que falou com exclusividade para a Sputnik Brasil sobre o drama, a perda sofrida e a dor que continua sentindo ao lado da filha. Tratada por amigos e parentes como Susi, ela é viúva de Willian Thiego, o “zagueiro-artilheiro”, e mãe de Nina Ribas de Jesus, hoje com 5 anos.

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Num depoimento bastante emocionado, Susi falou como ela e a filha Nina foram impactadas pela tragédia.

“A minha fonte de renda é a pensão por viuvez que recebo do INSS. Da Chapecoense, recebi o seguro e a indenização decorrente do contrato de trabalho do Willian. Eu não tive cabeça ainda para decidir o que vou fazer daqui pra frente”, conta a viúva, que é formada em Contabilidade. A mulher conta ainda que recebe ajuda do clube para pagar a mensalidade da filha e que não sabe o que vai fazer no ano que vem.

Susi conta ainda que a menina ainda pergunta sobre o pai, o que não ameniza a dor. “A Nina fala todos os dias no pai. Aliás, ela é uma cópia dele. Ela lembra tudo dele”. Embora a garota ame Chapecó, é em Porto Alegre, cidade de Susi, que as duas vão tentar recomeçar. Terminada a pré-escola, a viúva pretende voltar para a capital gaúcha.

Discussões jurídicas prosseguem

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Após a tragédia, duas Associações foram constituídas para representar as vítimas e seus familiares: Abravic (Associação Brasileira das Vítimas do Acidente com a Chapecoense), presidida pelo advogado Gabriel Andrade, e Avav-C (Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense).

Também em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o advogado Gabriel Andrade, presidente da Abravic, falou das discussões jurídicas tratadas com a diretoria da Chapecoense na última reunião, realizada em Chapecó na segunda (16).

“A diretoria da Chapecoense apresentou prestação de contas dos valores recebidos pelos jogos amistosos com Barcelona, Roma, Urawa Red Diamonds, do Japão, e a participação na Copa Suruga. Foram estipulados os valores para cada uma das 68 famílias e a cada uma coube um valor em torno de 11 mil reais. A Chapecoense também se comprometeu a organizar e participar de novos eventos com vistas a arrecadar novos recursos para distribuí-los entre o clube e os familiares das vítimas”.

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Na mesma reunião, familiares trataram da questão envolvendo a exibição do documentário “O Milagre de Chapecó”, que causou polêmica por conter imagens de jogadores mortos na tragédia. “A diretoria nos informou que iria recorrer à Justiça para impedir a exibição deste documentário, já que os familiares não autorizaram utilização de imagens das pessoas acidentadas”, revela.

Por sua vez, o Diretor de Comunicação da Associação Chapecoense, Fernando Mattos, informou que a prioridade do clube é dar atenção às famílias:

“Em todos as três reuniões que mantivemos até agora – duas em Chapecó e uma em São Paulo – enfatizamos que a prioridade do clube será o atendimento às famílias. Tomamos decisões, deliberamos e nos dirigimos às famílias para explicar todos os passos que a diretoria vem dando no sentido de atender à todas as expectativas”. A Chapecoense estabeleceu uma quantia mensal que será enviada aos familiares dos acidentados fatais na tragédia.

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