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Mídia: reações sobre Gaza e Ucrânia mostram que Ocidente já não é o centro dos assuntos globais

© AFP 2023 / Andrew Caballero-ReynoldsO secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (E), espera em um elevador antes de uma reunião de emergência sobre o Haiti na Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (CARICOM) em Kingston, Jamaica, em 11 de março de 2024
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (E), espera em um elevador antes de uma reunião de emergência sobre o Haiti na Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (CARICOM) em Kingston, Jamaica, em 11 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 25.07.2024
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Estamos vivendo um período de transição nos assuntos globais. O poder e a unidade dos países ocidentais para agir como árbitros finais dos assuntos mundiais não estão entrando em colapso, mas em claro declínio, escreve Samir Puri em sua coluna no Nikkei Asia.
O colunista abre o artigo com uma questão: a maioria de nós pode concordar com esse ponto – o declínio ocidental – mas qual é o melhor lugar para assistir a essa era de transição, de dentro do Ocidente ou de fora?
Na Ásia, a mudança no equilíbrio econômico mundial é evidente na ascensão da China e da Índia, com países como a Indonésia também preparados para um crescimento significativo no futuro.
Mas o reequilíbrio do mundo não se limita à "ascensão da Ásia", ressalta Puri. A autonomia estratégica demonstrada por países como Arábia Saudita, Turquia e até mesmo África do Sul para traçar seus próprios caminhos nos assuntos globais cresce a cada mês.
Em sua visão, a autonomia estratégica para países não ocidentais é impulsionada pelo crescimento econômico, mas também se conecta a outras frentes.
Essas frentes incluem a expansão de clubes não ocidentais como o BRICS. Outro ponto de evidência foi o caso da Corte Internacional de Justiça (CIJ) movido pela África do Sul contra Israel, apoiado pelo Ocidente, por sua conduta na guerra contra o Hamas.
O ministro da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul, Ronald Lamola, no centro, e o ministro adjunto palestino de Assuntos Multilaterais, Ammar Hijazi, terceiro à direita, discursam à mídia fora do Tribunal Internacional de Justiça em Haia, Países Baixos, 11 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2024
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Posições inicialmente tomadas por países ocidentais após 7 de outubro apoiando Tel Aviv agora podem ser desafiadas de forma credível usando a "ordem internacional baseada em regras", já que países não ocidentais ajudam a mudar a opinião global.

"Os principais centros de poder emergentes do mundo não ocidental estão rapidamente desenvolvendo seu próprio ímpeto. Pela primeira vez em séculos, o Ocidente nem sempre está em um papel de liderança. Quando se pensa nas eras anteriores do império colonial marítimo liderado pela Europa, seguido pela era da globalização liderada pelos Estados Unidos, a era que se desenrola nos assuntos mundiais se mostrará muito diferente, de fato", escreve o colunista.

Ao mesmo tempo, o autor destaca que, se analisarmos do ponto de vista do produto interno bruto (PIB) de países ocidentais, como os EUA, ou concluir que as principais nações desenvolvidas geralmente permanecem léguas à frente dos outros como os porta-estandartes da modernização, a ideia de enfraquecimento ocidental não parece encaixar tão bem nessa perspectiva.
Porém, "essas são conclusões reducionistas a serem tiradas. Sim, desempenho econômico, padrões de vida e poder monetário, todos importam muito. Mas, tomados em conjunto com outros desenvolvimentos, o Ocidente está em declínio", reafirma.
"Algumas das tendências são mensuráveis, como na demografia. Outras tendências estão relacionadas ao poder de resolver disputas globais e ao poder moral. O reequilíbrio global envolve não apenas hard power e economia, mas também a capacidade de definir padrões, comandar a atenção e resolver crises", sublinha Puri.
Um grande exemplo é o conflito na Ucrânia. O Ocidente, trabalhando por meio do G7, apoiou louvavelmente a Ucrânia. Mas, mesmo tendo gasto bilhões armando Kiev, ainda não é nem de longe poderoso o suficiente para expulsar as tropas russas, escreve o autor.
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Agora, dois desenvolvimentos relacionados ao reequilíbrio global estão mais claramente afetando a situação na Ucrânia: primeiro, as sanções são insuficientes para obrigar Moscou a abandonar a operação. Mudanças estruturais na economia mundial demonstram que a Rússia continua a negociar com diversos países.
Segundo, diz o autor, esses países não ocidentais têm defendido de uma forma ou de outra um fim negociado para o conflito, enquanto o Ocidente e o G7 têm defendido o oposto.
Diante de todo esse cenário, Puri ressalta que "não estamos apenas observando o fim do Ocidente mais triunfalista do pós-Guerra Fria, mas também o início de um mundo menos dominado pelo Ocidente".
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