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Ex-comandante da Marinha admite reuniões com Bolsonaro, mas nega existência de plano golpista

© Foto / Marcelo Camargo/Agência BrasilO comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, durante cerimônia comemorativa dos 157 anos da Batalha Naval do Riachuelo, no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, 9 de junho de 2022
O comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, durante cerimônia comemorativa dos 157 anos da Batalha Naval do Riachuelo, no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, 9 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 10.06.2025
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O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, confirmou no Supremo Tribunal Federal (STF) ter participado de reuniões com Bolsonaro em dezembro de 2022, onde se discutiu a possibilidade de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Ele negou ter visto minuta golpista ou colocado tropas à disposição para ruptura institucional.
O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, prestou depoimento à Primeira Turma do STF nesta terça-feira (10), tornando-se o terceiro dos oito réus do chamado "núcleo crucial" da tentativa de golpe a ser ouvido. Ele confirmou ter participado de reuniões no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022, incluindo uma em 7 de dezembro, data em que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente Jair Bolsonaro discutiu uma minuta de decreto golpista com militares.
Garnier afirmou que, na reunião de 7 de dezembro, foram discutidas medidas de GLO, motivadas pela insatisfação popular expressa em protestos em frente a quartéis. Ele relatou que houve uma apresentação de tópicos sobre possíveis ações, mas negou que tenha sido tomada qualquer decisão naquele momento.
O ex-comandante negou ter recebido ou visto uma "minuta golpista" em papel, dizendo que apenas viu informações projetadas em um telão. Ele também rejeitou a acusação de que teria colocado as tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro para uma ruptura institucional, afirmando que se manteve dentro de seu papel institucional como comandante.
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Garnier relatou ainda uma segunda reunião, em 14 de dezembro de 2022, com Bolsonaro, o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e os comandantes das Forças Armadas. Segundo ele, essa reunião foi "estranha" e terminou rapidamente, sem pauta definida ou apresentação de documentos.

"A minha lembrança dessa reunião é que estávamos os três e que não houve apresentação de nenhum documento durante a reunião. É isso que, se o senhor me perguntou de uma apresentação, eu não lembro de ter sido apresentado nenhum documento", afirmou Garnier.

Ele disse ter chegado após os demais e notado um clima de tensão, sem participar ativamente da conversa.
O depoimento de Garnier faz parte da fase final da instrução processual, em que são reunidas provas e ouvidos os réus para embasar o julgamento. Essa etapa é crucial para que os acusados apresentem suas versões dos fatos e respondam às acusações formais.
A PGR considera Garnier e os demais integrantes do grupo parte do "núcleo crucial" da organização criminosa que tentou romper a ordem democrática. Jair Bolsonaro, também réu no processo, deve ser ouvido ainda nesta semana. A acusação sustenta que o grupo discutiu e planejou medidas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Após os interrogatórios, o processo poderá seguir para diligências adicionais, caso solicitadas, e em seguida será aberto o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais. Só então o caso será levado a julgamento pela Primeira Turma do STF.
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