Estimativas anteriores sugeriram que havia até 242.000 novos empregos criados por mês, no entanto, o número real estava mais próximo de 174.000, ou cerca de 30% menos, o que levanta muitos questionamentos sobre como um erro dessa magnitude poderia ter ocorrido.
De acordo com um artigo do Global Times (GT), embora um encobrimento provavelmente não seja a causa dos números de empregos superestimados, não há dúvida de que a economia dos EUA não é tão forte quanto muitos políticos gostariam que fosse.
No mês de julho, o desemprego subiu para 4,3%, outro indicador de fraqueza. Os dados de baixo crescimento de empregos devem estimular a Reserva Federal (Fed) a reduzir as taxas de juros nas próximas semanas, uma medida que poderia ajudar a afastar uma recessão. Mas de acordo com um economista ouvido pelo GT, não importa o que a Fed faça e não importa quantos empregos sejam realmente criados, os EUA vão entrar em recessão no início do ano que vem. Outro economista foi mais direto, ao afirmar que "quando você começa a se preocupar com a recessão, geralmente está em recessão".
Menos de um mês atrás, a CNN sugeriu que a economia estava "fazendo algo histórico" com o crescimento do segundo trimestre anunciado em 2,8% e os gastos do consumidor permanecendo fortes. O Banco Mundial também foi pego pela excitação, alegando que a economia "impressionante" estava carregando o mundo.
"Todos os comentários anteriores relacionados a uma economia norte-americana robusta agora devem ser revistos. A amarga realidade é que a economia dos EUA deve enfrentar águas turbulentas nos próximos meses", aponta a edição.
A ideia por trás da excepcionalidade norte-americana negligencia, e de forma intencional, qualquer reconhecimento de que a economia da China continua a caminho de crescer cerca de 5% neste ano. O Fórum Econômico Mundial revisou recentemente as perspectivas econômicas da China e encontrou pelo menos duas áreas de otimismo: "O setor de energia limpa em expansão da China foi responsável por cerca de 40% da expansão econômica do país em 2023. Enquanto os gastos do setor privado em pesquisa e desenvolvimento dobraram nos últimos cinco anos." Na mesma linha, o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou que a economia da China permanece firme.
Apesar do otimismo, a China reconheceu os revezes em sua economia e as estimativas de crescimento de curto e longo prazo não devem permanecer nos níveis vistos na última década, mas não há razão para duvidar que continuará a crescer em um ritmo superior a qualquer nação ocidental. Segundo a mídia chinesa, no entanto, em vez de reconhecer como a mudança da China para a produção de alta qualidade com ênfase em itens que são bons para o clima, as mesmas velhas reportagens negativas sobre o país dominam as manchetes da mídia ocidental. Um jornal dos EUA argumentou que a economia da China havia "desacelerado drasticamente" nos últimos meses.
Enquanto isso, não foi dada atenção suficiente à dolorosa verdade de que as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e das quais o atual presidente Joe Biden se recusou a revogar estão prejudicando ambas as economias, e o povo norte-americano está sentindo os piores efeitos.
Uma recente análise do Financial Times (FT) apontou que os norte-americanos mais pobres continuam a pagar mais pelos itens essenciais para sua existência e esse grupo também é o mais preocupado com qualquer crise econômica que lhes custe seus empregos. O FT concluiu que "provavelmente é melhor ter cautela ao citar estatísticas nacionais dos EUA como evidência de uma economia forte", especialmente em um momento em que um mercado de ações forte pode fornecer falsas garantias de sua saúde geral.
Ainda de acordo com o artigo, se imaginássemos que as economias dos EUA e da China estivessem correndo nos 110 metros com barreiras, em alusão à modalidade olímpica, a economia dos EUA continua a ser derrubada pelos obstáculos, enquanto a economia chinesa, talvez não tão rápida quanto no passado, está superando cada obstáculo com sucesso, concluiu o artigo.