Mas será que Abe é capaz de reforçar esse sucesso diplomático? Na sua terra natal ele enfrenta muitas vezes adversários que são contra a melhoria nas relações entre os dois países.
Anatoly Koshkin, especialista em questões japonesas, deu uma entrevista à Sputnik Japão revelando sua opinião sobre a posição e prioridades do premiê Abe.
Segundo ele, a chancelaria japonesa tem na sua maioria diplomatas pro-amerianos, que tentaram e continuarão tentando dificultar a ampliação dos contatos entre a Rússia e o Japão.
"Devemos levar em consideração o interesse pragmático dos empresários japoneses. Se as empresas obtêm vantagens da cooperação com a Rússia, elas aceitarão quaisquer condições e projetos", pensa o especialista.
"A economia japonesa tem vivido em estagnação durante um quarto de século. Também não se pode falar dos ritmos de crescimento que havia nos tempos do boom japonês", revela o especialista.
"O maior receio dos japoneses é que, por sua indecisão, eles estejam empurrando a Rússia na direção da China. É essa a maior dor de cabeça e perigo para o Japão. Especialmente a cooperação entre a Rússia e a China na área militar", destaca.
Mas há também outo fator relevante. O Japão não sabe claramente qual linha de conduta o novo presidente americano Donald Trump vai adotar em relação a Tóquio, em particular, e à Ásia, em geral.
Alguns analistas acham que o objetivo real do premiê Abe é mais ambicioso de que parece – ele pretende recuperar a soberania completa do Japão. Abe está buscando fazer com que o Japão se torne um estado autosuficiente. E para isso ele precisa de relações bem sucedidas com a Russia. Apenas neste caso o país poderá ter mais confiança e independência no chamado triângulo EUA-China-Rússia.