Especialista: Japão precisa tanto da Rússia como a Rússia de investimentos japoneses

© REUTERS / Alexander Zemlianichenko/PoolO presidente russo Vladimir Putin anda com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe na chegada para um almoço de negociações em Tóquio, Japão, sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
O presidente russo Vladimir Putin anda com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe na chegada para um almoço de negociações em Tóquio, Japão, sexta-feira, 16 de dezembro de 2016 - Sputnik Brasil
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O presidente russo Vladimir Putin e o premiê japonês Shinzo Abe terminaram as negociações bilaterais assinando no total 68 acordos de larga escala. Porém, as partes não conseguiram avançar na questão da histórica disputa territorial.

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As recentes pesquisas revelaram que mais de metade dos japoneses entrevistados ficaram decepcionados com os resultados da visita. No entanto, o próprio Abe deu uma avaliação positiva à visita de Putin ao declarar que ele "contribuiu pessoalmente para o novo e grande avanço nas relações bilaterais".

Mas será que Abe é capaz de reforçar esse sucesso diplomático? Na sua terra natal ele enfrenta muitas vezes adversários que são contra a melhoria nas relações entre os dois países.

Anatoly Koshkin, especialista em questões japonesas, deu uma entrevista à Sputnik Japão revelando sua opinião sobre a posição e prioridades do premiê Abe.

Segundo ele, a chancelaria japonesa tem na sua maioria diplomatas pro-amerianos, que tentaram e continuarão tentando dificultar a ampliação dos contatos entre a Rússia e o Japão.

"Devemos levar em consideração o interesse pragmático dos empresários japoneses. Se as empresas obtêm vantagens da cooperação com a Rússia, elas aceitarão quaisquer condições e projetos", pensa o especialista.

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Koshkin destaca que atualmente o Japão está passando por um período difícil em termos econômicos.

"A economia japonesa tem vivido em estagnação durante um quarto de século. Também não se pode falar dos ritmos de crescimento que havia nos tempos do boom japonês", revela o especialista.

"O maior receio dos japoneses é que, por sua indecisão, eles estejam empurrando a Rússia na direção da China. É essa a maior dor de cabeça e perigo para o Japão. Especialmente a cooperação entre a Rússia e a China na área militar", destaca.

Mas há também outo fator relevante. O Japão não sabe claramente qual linha de conduta o novo presidente americano Donald Trump vai adotar em relação a Tóquio, em particular, e à Ásia, em geral.

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"Os japoneses precisam de um equilíbrio de forças estável. É mais uma razão que obriga os japoneses a melhorar seu relacionamento com a Rússia, ou pelo menos não prejudicá-lo", opina Koshkin.

Alguns analistas acham que o objetivo real do premiê Abe é mais ambicioso de que parece – ele pretende recuperar a soberania completa do Japão. Abe está buscando fazer com que o Japão se torne um estado autosuficiente. E para isso ele precisa de relações bem sucedidas com a Russia. Apenas neste caso o país poderá ter mais confiança e independência no chamado triângulo EUA-China-Rússia.

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